sábado, 28 de novembro de 2009
Willian Blake-O Tigre
O Tygre
Tygre Tygre fogo ativo,
Nas florestas da noite vivo,
Que olho ou mão tramaria
Tua temível simetria?
Que profundezas, que céus
Acendem os olhos teus?
Aspirar quais asas ousa?
Qual mão em tua chama pousa?
Por que braço & que arte é feito
Cada nervo de teu peito?
E teu peito ao palpitar,
Que horríveis mãos? & pés sem par?
Que martelo? Que elo? Tua mente
Vem de qual fornalha ardente?
Qual bigorna? Que mão forte
Prende o teu terror de morte?
Quando as lanças das estrelas
Molharam o céu, ao vê-las:
Ele sorriu da obra que fez?
Quem fez o cordeiro te fez?
Tygre Tygre fogo ativo,
Nas florestas da noite, vivo,
Que olho ou mão tramaria
Tua terrível simetria?
(Tradução: Leonardo Gonçalves e Mário Alves Coutinho)
dos sites:
http://girapemba.blogspot.com/2007/10/biblioteca-girapemba-leonardo-gonalves.html
http://salamalandro.blogspot.com/
http://www.revistaetcetera.com.br/19/blake_hoje/index.html
http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/2544,1.shl
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
ओरिगेम दो yoga
Origens do Yoga
Civilização Drávida
Os primeiros vestígios do Yoga foram encontrados na civilização Drávida que existia há cerca de 6.000 anos no Vale do Indo, estendendo-se, em termos geográficos, do Mediterrâneo à Ásia Menor e Índia. As suas principais cidades, Mohenjo-Daro, Harappa, Lothal e Merhgarh, foram descobertas em 1921 e 1922, e revelaram a existência de uma misteriosa civilização urbana. Recentemente foram encontrados vestígios subaquáticos da Riveira Drávida, na plataforma continental, com idade de cerca de 9.500 anos.
Sabe-se, pelos sinais encontrados, que o povo da civilização Drávida era um povo científico, naturalista, pacífico, desrepressor, sensorial, descentralizado, sem hierarquias, com grande qualidade de vida, matriarcal, artístico, moderno e conhecedor de Yoga.
As principais características de modernismo da Civilização Drávida foram
Urbanismo, com as cidades edificadas a 15m de altura do chão, em cidadela, numa estrutura de tijolo cozido, normalizado, com as ruas em ângulo recto, de 12m de largura, com os quarteirões, subdivididos por pequenas ruas paralelas ou perpendiculares às vias principais e com Planeamento urbanístico.
Engenharia civil e sanitária, com Esgoto público, ligado por ductos e colectores a todas as habitações, com bom escoamento de águas devido a inclinação bem calculada, com colector principal, com chaminés de ventilação e poços de inspecção. Sem estagnação, sem odores, higiene perfeita – na pré-história! Tinham também as casas com três pisos, dispostas em torno de um pátio interior com poço, jardim, cozinha, dispensa, sanitário em todos os pisos e terraço.
Engenharia Hidráulica e Naval, com Barragens de irrigação, de abastecimento de água potável e de regularização e protecção às cidades. Foi encontrado um Porto fluvial e marítimo em Lothal, com eclusas, comportas e portas com 10m de largura, dispositivos anti-erosão, área molhada para 30 navios de alto mar. Tinham indústria naval. Faziam comércio internacional, o primeiro da história da Humanidade, exportando marfim, lápis-lazúli e especiarias.
Organização da civilização, com cerca de 750.000 habitantes, em cidades de 70.000 a 100.000 habitantes, descentralizados e com ausência de cidade dominante. Verificou-se ausência de Reis e de estrutura militar, bem como de Templos e obras religiosas.
Qualidade de Vida, comprovada através da existência do celeiro comum, grande piscina pública descoberta, ginásios e piscinas cobertas. Tinham preocupações com a Ecologia – as indústrias poluentes, tais como olarias, oficinas de cerâmica, etc. eram relegadas para fora da cidade, por causa da poluição. Tinham gosto pela música (encontrados instrumentos de corda – o ancestral do moderno sitar), dança (encontradas inúmeras estátuas de dançarinas), teatro, humorismo, pintura, joalharia (muito utilizada pelas mulheres) e escultura. Foram encontradas provas de cultivo da admiração pelo feminino. Grande profusão de obras de arte representando a mulher.
E também conheciam e praticavam o Yoga, aparentemente, desenvolvendo a ciência da disciplina física e mental num grau muito elevado. Foram encontrados selos de estiatina (terracota) com Shiva e Yoga. Os sinetes de estiatina do Vale do Indo serviam para selar os fardos de mercadorias: sacos, ânforas, etc., para protege-los e identifica-los. Os selos tinham pictogramas característicos e alguns com imagem do Shiva Pashupati, “Senhor dos animais”, sentado no meio de animais, na atitude meditativa dos Yogi. Tinham as representações de lingam, cruzamento de energias ou forças masculinas e femininas, sendo um emblema do poder criador, considerado “como se se estendesse para baixo do solo tanto quanto se estende para cima”. O Yoga, como tudo o que nessa época remota era muito importante, era ensinado oralmente, de Mestre a discípulo(s).
Os principais investigadores da civilização Drávida eram, do Século XIX – Sir John Marshal e John Bruton e do Século XX – Sir Mortimer Wheeler e Prof. Mark Kenoyer (USA).
do site http://yoga-seixal.com/index_ficheiros/Page722.htm
Civilização Drávida
Os primeiros vestígios do Yoga foram encontrados na civilização Drávida que existia há cerca de 6.000 anos no Vale do Indo, estendendo-se, em termos geográficos, do Mediterrâneo à Ásia Menor e Índia. As suas principais cidades, Mohenjo-Daro, Harappa, Lothal e Merhgarh, foram descobertas em 1921 e 1922, e revelaram a existência de uma misteriosa civilização urbana. Recentemente foram encontrados vestígios subaquáticos da Riveira Drávida, na plataforma continental, com idade de cerca de 9.500 anos.
Sabe-se, pelos sinais encontrados, que o povo da civilização Drávida era um povo científico, naturalista, pacífico, desrepressor, sensorial, descentralizado, sem hierarquias, com grande qualidade de vida, matriarcal, artístico, moderno e conhecedor de Yoga.
As principais características de modernismo da Civilização Drávida foram
Urbanismo, com as cidades edificadas a 15m de altura do chão, em cidadela, numa estrutura de tijolo cozido, normalizado, com as ruas em ângulo recto, de 12m de largura, com os quarteirões, subdivididos por pequenas ruas paralelas ou perpendiculares às vias principais e com Planeamento urbanístico.
Engenharia civil e sanitária, com Esgoto público, ligado por ductos e colectores a todas as habitações, com bom escoamento de águas devido a inclinação bem calculada, com colector principal, com chaminés de ventilação e poços de inspecção. Sem estagnação, sem odores, higiene perfeita – na pré-história! Tinham também as casas com três pisos, dispostas em torno de um pátio interior com poço, jardim, cozinha, dispensa, sanitário em todos os pisos e terraço.
Engenharia Hidráulica e Naval, com Barragens de irrigação, de abastecimento de água potável e de regularização e protecção às cidades. Foi encontrado um Porto fluvial e marítimo em Lothal, com eclusas, comportas e portas com 10m de largura, dispositivos anti-erosão, área molhada para 30 navios de alto mar. Tinham indústria naval. Faziam comércio internacional, o primeiro da história da Humanidade, exportando marfim, lápis-lazúli e especiarias.
Organização da civilização, com cerca de 750.000 habitantes, em cidades de 70.000 a 100.000 habitantes, descentralizados e com ausência de cidade dominante. Verificou-se ausência de Reis e de estrutura militar, bem como de Templos e obras religiosas.
Qualidade de Vida, comprovada através da existência do celeiro comum, grande piscina pública descoberta, ginásios e piscinas cobertas. Tinham preocupações com a Ecologia – as indústrias poluentes, tais como olarias, oficinas de cerâmica, etc. eram relegadas para fora da cidade, por causa da poluição. Tinham gosto pela música (encontrados instrumentos de corda – o ancestral do moderno sitar), dança (encontradas inúmeras estátuas de dançarinas), teatro, humorismo, pintura, joalharia (muito utilizada pelas mulheres) e escultura. Foram encontradas provas de cultivo da admiração pelo feminino. Grande profusão de obras de arte representando a mulher.
E também conheciam e praticavam o Yoga, aparentemente, desenvolvendo a ciência da disciplina física e mental num grau muito elevado. Foram encontrados selos de estiatina (terracota) com Shiva e Yoga. Os sinetes de estiatina do Vale do Indo serviam para selar os fardos de mercadorias: sacos, ânforas, etc., para protege-los e identifica-los. Os selos tinham pictogramas característicos e alguns com imagem do Shiva Pashupati, “Senhor dos animais”, sentado no meio de animais, na atitude meditativa dos Yogi. Tinham as representações de lingam, cruzamento de energias ou forças masculinas e femininas, sendo um emblema do poder criador, considerado “como se se estendesse para baixo do solo tanto quanto se estende para cima”. O Yoga, como tudo o que nessa época remota era muito importante, era ensinado oralmente, de Mestre a discípulo(s).
Os principais investigadores da civilização Drávida eram, do Século XIX – Sir John Marshal e John Bruton e do Século XX – Sir Mortimer Wheeler e Prof. Mark Kenoyer (USA).
do site http://yoga-seixal.com/index_ficheiros/Page722.htm
A antiga Índia ::.
A antiga Índia ::.
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Nesta seção, você encontrará informações sobre: as origens da civilização indiana; a sociedade e os movimentos religiosos da antiga Índia.
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Ruínas de Harappa
Ruínas de Mohenjo Daro
A história da Índia começa entre os anos 3000 e 2500 a.C., com o surgimento da civilização das cidades de Harappa e Mohenjo Daro no vale do rio Indo.
A civilização da Índia é mais antiga do que a da China, mas tem uma história mais desarticulada. Em alguns aspectos, a antiga Índia ainda hoje é visível e acessível para nós como nenhum outro centro primitivo de civilização. No começo do século XX, muitos indianos ainda viviam como os nossos primevos ancestrais, vivendo da caça e da coleta. O carro de boi e a roda de oleiro de muitas aldeias, como se pode ver hoje, são idênticos aos usados há quatro mil anos. Deuses e deusas cujos cultos podem remontar à Idade da Pedra ainda são venerados em santuários nas aldeias. Arranjos sociais cujas linhas mestras foram estabelecidas bem antes do ano 1000 a.C. ainda norteiam a vida de milhões de indianos — cristãos e muçulmanos, bem como hindus. Os drávidas, povo de pele escura, cujos descendentes atuais são principalmente encontrados no sul da Índia, também viviam no norte há cerca de cinco mil anos. Podem até ser os indianos aborígenes, embora não se tenha certeza.
(J. M. Roberts, O Livro de Ouro da História do Mundo, Ediouro)
Os drávidas, ou dravidianos, possuiam uma escirta que infelizmente não foi decifrada. Porém, a partir das descobertas arqueológicas e dos escritos posteriores, é possível ter uma idéia de como eles viviam. Os drávidas mantinham uma sociedade organizada, centralizada e conservadora, sustentada pela riqueza do comércio, da pesca e da agricultura, sendo muito hábeis na irrigação. No campo espiritual, enfatizam a crença no renascimento e no processo de causa e efeito de nossas ações. A libertação seria fruto da renúncia às coisas mundanas e da prática de austeridades e meditação. Os drávidas desenvolveram formas primitivas de yoga e meditação, que mais tarde seriam herdadas pela religião hindu.
Entre 2000 e 1750 a.C., os āryanos — povos indo-europeus provenientes do Hindu Cush — começaram a invadir a Índia através das montanhas do noroeste, forçando os drávidas a recuar para o sul. Os āryanos eram nômades e mantinham uma sociedade pastoril; eles passaram a dominar o vale do Indo e o Punjab. Suas crenças religiosas era bem diferentes daquelas dos drávidas. Os āryanos não acreditavam no renascimento ou na retribuição moral das ações. Eles enfatizavam a prática de rituais e sacrifícios como um meio de conseguir riqueza, poder e fama. Sua meta não era a libertação espiritual, mas sim chegar ao paraíso — isto é, versão melhora da vida terrena.
A partir do encontro da religiosidade āryana com a pré-āryana, surgiu o hinduísmo. O panteão āryano — divindades como Indra, Varuṇa, Agni, Vāyus, Viṣṇu, Sūrya e Yama, personificações dos poderes da natureza — seria somado ao panteão pré-āryano — divindades como Brahmā, Śiva e Śakti, que personificam o absoluto. Em alguns casos, houve a identificação de divindades; por exemplo, o deus Śiva dos pré-āryanos seria identificado com o deus Rudra dos āryanos.
Nesta época, estabeleceram-se os fundamentos da religião hindu e foram escritos os hinos sagrados conhecidos como Vedas. Os hindus aceitam estas escrituras com grande autoridade. A teoria da invasão āryana, por exemplo, é rejeitada por muitos hindus porque ela difere das histórias relatadas nos Vedas.
Por volta de 1200 a.C., provavelmente por causa das mudanças ambientais e das invasões por tribos do nordeste, os āryanos passaram a ocupar o vale do rio Ganges. A partir do século VIII a.C., quando começaram a ser compostos os Upaniṣads, os indianos mudaram o seu foco do culto exterior para o ascetismo interior, dos deuses para ser humano, dos rituais dos āryanos para as antigas técnicas de yoga e meditação dos drávidas. Essa mudança de foco — do universo para o ser humano — também aconteceria na Grécia, na transição do período pré-socrático, cosmológico, para o período socrático, antropológico.
O príncipe Rāma
Os dois grandes épicos indianos, o Rāmayāṇa e o Mahābhārata, foram escritos em meados de 400 a.C.
O pensamento indiano é abstrato, metafísico, focaliza o geral e o universal em detrimento do particular; não foi favorável, portanto, ao desenvolvimento de disciplinas que tratam do particular, como a História. O pensamento chinês é oposto ao indiano: preocupa-se com o particular, com o concreto, em detrimento do universal; avesso às especulações metafísicas, concentra-se na reflexão sobre a moral e a política; grande desenvolvimento da História, "rainha das ciências", tradicionais chinesas. No Japão há uma cultura híbrida, resultado da fusão da cultura chinesa com contribuições da tradição indiana, via buddhismo, mais um substrato arcaico autóctone; predomina no Japão uma atitude estética: até mesmo as tradições metafísicas são expostas preferencialmente através de formas artísticas.
(Ricardo Mário Gonçalves, O Caminho do Despertar, Instituto Budista de Estudos Missionários)
Diferentemente das outras religiões mundiais, o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a "religião eterna" [sânscrito sanātana dharma] e se caracteriza por sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrando através da história abranger novos modos de pensamentos e expressão religiosa. [...] As raízes do hinduísmo podem ser encontradas em algum ponto entre o ano 1500 a.C. e o ano 200 a.C., quando os chamados āryanos (isto é, os "nobres") começaram a subjugar o vale do Indo. As crenças dessas pessoas tinham ligação com outras religiões indo-européias, como a grega, a romana e a germânica.
(Victor Hellern, Henry Notaker, Jostein Gaarder, O Livro das Religiões, Companhia das Letras)
As raízes do hinduísmo retrocedem muito no passado, talvez antes das invasões āryanas, pois já nas civilizações do Vale do Indo eram venerados deuses que podem ter sido precursores ou "antepassados" do Śiva hindu. Mas depois o hinduísmo extravasou o modelo do antigo bramanismo e da religião védica que durante muito tempo o envolveu. No tempo dos guptas [séculos IV-V], já existia algo bem parecido com a futura sociedade hinduísta da Índia. Sua base era o sistema de castas, na época já proveniente da antiga divisão da sociedade védica em quatro classes. A crença religiosa também havia mudado. No entanto é difícil descrever a religião hindu, pois não se trata de credos ou declarações quanto ao que se deve acreditar. Tampouco a religião hindu deve ser pensada como algo à parte ou como um aspecto isolado da vida. Ao contrário, é uma maneira de ver o mundo como um todo (visível e invisível) e viver nele. Se existe um princípio prático fundamental no hinduísmo, é viver a vida com o lugar de cada um no esquema das coisas.
Para os camponeses — e os indianos, em sua maioria, que são e sempre foram camponeses — isto pode significar meras tentativas supersticiosas de assegurar a boa vontade das divindades no templo local, respeito pela casta e pelas suas restrições práticas, participação em festivais populares, como aqueles durante os quais ainda hoje circulam pelas aldeias grandes carros pintados e esculpidos com demônios, deusas, deuses e monstros. Também existiam cultos mais especializados, a deuses ou deusas maiores, como Śiva e Kṛṣṇa. E ainda um hinduísmo puramente filosófico, bem distante da crueldade dos sacrifínios animais e da veneração de imagens que ocorriam em nível popular (como durante muitos séculos acontecem com o cristianimo popular, nas orações mágicas e supersticiosas aos santos). Sua forma mais desenvolvida era chamada de Vedānta, crença abstrata que acentuava a irrealidade do presente mundo material. Ela ensina que os homens precisavam se desvencilhar deste mundo, conquistando um verdadeiro conhecimento da realidade ou brahman. No que se refere à doutrina, o hinduísmo tinha algo para atender a todas as necessidades. Mas a maneira pela qual funcionava na vida diária tendeu a torná-lo mais rígido e estrito.
(J. M. Roberts, O Livro de Ouro da História do Mundo, Ediouro)
Os textos sagrados hindus foram escritos em sânscrito, uma das línguas mais antigas do mundo. Em todas as regiões da antiga Índia, havia uma grande quantidade de idiomas, muitos dos quais presentes até os dias de hoje. Por exemplo, na região norte, onde viveria o Buddha, a língua falada era o maghadi ou ardha-magadhi — uma espécie de sânscrito popular, muito semelhante ao idioma pāli.
A fonte principal de doutrina da tradição hindu vem de um conjunto de hinos que vem sendo transmitido há mais de dois mil anos chamados de Vedas. Literalmente este nome significa "conhecimento" ou ainda "corpo de conhecimento", e é a fonte de inspiração de todos os desenvolvimentos posteriores ocorridos nesta tradição. Inspirados pelos ṛṣis ou sábios de antigamente, tais hinos foram, então, transmitidos por gerações na forma de tradição oral. Eles são em número de quatro: Ṛg Veda, Sāma Veda, Yajur Veda e Atharva Veda, sendo que o primeiro é o mais antigo e também o mais importante.
Posteriormente, com o desenvolvimento da tradição dos sacerdotes, um conjunto de ensinamentos foi sendo elaborado com o fim de esclarecer ainda mais o significado de Brahmān, a realidade suprema subjacente a todas as coisas e tema central dos Vedas. Assim surgiram os Brāhmaṇas, um conjunto de textos versando sobre a relação entre o cosmos e o ritual, e a necessidade deste último para o equilíbrio do primeiro e de toda a vida.
Seguindo somente aos Vedas em importância, estão os Upaniṣads, onde se expressa propriamente a tradição comentarial dos Vedas. Fala-se da existência de muitos Upaniṣads, dentre os quais 108 são preservados até hoje. Destes, dez são considerados os principais, sendo que o Bṛhadāraṇyaka e o Cāndogya são de muita importância. Significando literalmente "sentar-se perto devotadamente" ou também "ensinamento secreto", os Upaniṣads expressam a essência dos Vedas, tal como entendida pelos mestres do passado.
Dignos de menção são dois épicos que marcaram época e são ainda hoje respeitados e recitados pelos eruditos hindus e pelas camadas populares. O mais antigo é o Mahābhārata (A Grande Índia), uma saga mística que, além de ser o maior épico da literatura mundial, possui também como um de seus capítulos a mais conhecida obra hindu no Ocidente, o Bhagavad Gītā (Canto do Abençoado), o qual conta a estória de Kṛṣṇa, a personificação do transcendente na Terra. A estória de outra destas personificações é o tema deste outro épico, o Rāmayāṇa (O Caminho de Rāma).
Por último devemos mencionar os Purāṇas, literalmente "Antigos", um conjunto de relatos míticos e históricos transmitidos através dos tempos. Após os Purāṇas as obras religiosas tornam-se cada vez mais particularizadas e passam a fazer parte das escolas específicas dentro da tradição.
(Ricardo Sasaki, O Outro Lado do Espiritualismo Moderno, Vozes)
A sociedade
Os āryanos implantaram um sistema de divisão da sociedade em cores ou castas (sânscrito varṇa, pālivaṇṇa). Geralmente, elas são apresentadas como classes sociais, semelhantes às que existiam na Europa (clero, nobreza, burguesia e camponeses). Entretanto, as castas são na verdade uma divisão de funções e não são baseadas na posse de capital:
brâmanes (sânscrito brāhmaṇa): sacerdotes, magos, religiosos e filósofos hindus, responsáveis pelos sacrifícios e rituais sagrados. Segundo os hindus, os brâmanes teriam nascido da boca do deus Brahmā e seriam caracterizados pela bondade (sânscrito sattva).
guerreiros (sânscrito kṣatriya): reis, nobres, autoridades, senhores feudais, oficiais e guerreiros da realeza, responsáveis pelo poder político e militar. Eles teriam nascido do braço direito de Brahmā e seriam caracterizados pela paixão (sânscrito rājas).
provedores (sânscrito vaiṣyas): mercadores, artesãos, camponeses e burgueses āryanos. Eles teriam nascido das coxas de Brahmā e seriam caracterizados tanto pela paixão (sânscrito rājas) quanto pela ignorância (sânscrito tamas).
servos (sânscrito śūdra): trabalhadores braçais. Eles teriam nascido dos pés de Brahmā e seriam caracterizados pela ignorância (sânscrito tamas).
Abaixo desse sistema estavam os sem casta (sânscrito avarṇa), no Ocidente conhecidos como párias. Segundo os hindus, os párias eram não-āryanos, não teriam nascido de Brahmā e, conseqüentemente, eram bastante discriminados. Esta situação desfavorecida, porém, era mais derivada do preconceito que do sistema de castas. Em muitos países, também há pobreza e discriminação, apesar de não existirem castas. A possibilidade de uma pessoa pobre enriquecer pode ser menor que a de um pária subir socialmente na Índia.
Muitos autores afirmam que o Buddha foi uma espécie de agitador religioso e social, que teria se levantado contra os brâmanes e o sistema de castas. Porém, ele nunca rejeitou a instituição bramânica em si; muitos de seus discípulos eram brâmanes. De fato, o que o Buddha rejeitou foram as pretensões de certos os brâmanes — por exemplo, sua suposta superioridade e origem divina.
Os encontros do Buddha com os brâmanes em geral eram amigáveis, as conversas caracterizadas pela cortesia e respeito mútuo. Muitos textos no Majjhima Nikāya tratam da pretensa superioridade dos brâmanes em relação às demais castas sociais. Na época do Buddha o sistema de castas estava apenas começando a tomar forma no nordeste da Índia e ainda não havia gerado as incontáveis subdivisões e regras rígidas que acabariam por aprisionar a sociedade hindu ao longo dos séculos.
Nos textos em pāli parece que os brâmanes, apesar de investidos de autoridade nas questões religiosas, ainda não haviam ascendido à posição de hegemonia incontestável que eles iriam adquirir depois da promulgação das Leis de Manu. Eles já tinham, no entanto, embarcado na busca pelo domínio e faziam isso através da propagação da tese de que a casta dos brâmanes era superior, a casta mais bela, os descendentes divinamente abençoados de Brahmā e que somente eles seriam capazes de se purificarem. A preocupação de que essa afirmação dos brâmanes poderia na realidade ser verdadeira parece ter se espalhado entre a realeza, que deve ter ficado atemorizada pela ameaça que eles representavam ao seu poder.
Contrário a certas noções populares, o Buddha não repudiou explicitamente a divisão de classes da sociedade hindu ou pediu a abolição desse sistema social. Dentro da comunidade monástica, no entanto, todas as distinções de casta eram anuladas no momento da ordenação. Desse modo, as pessoas de qualquer uma das quatro castas, que seguiam a vida santa sob o Buddha, renunciavam aos títulos e prerrogativas da classe à qual pertenciam para se tornarem simplesmente os discípulos do [Buddha, o] filho dos Śākyas. Sempre que o Buddha ou os seus discípulos eram confrontados com as reivindicações de superioridade dos brâmanes, eles argumentavam vigorosamente contra elas, afirmando que todas essas afirmações careciam de fundamento. A purificação, eles sustentavam, é o resultado da conduta e não do nascimento, e por esse motivo estava acessível a toda as pessoas das quatro castas.
(Bhikkhu Bodhi, Introduction to Majjhima Nikaya, Access to Insight)
Os movimentos religiosos
Muitos autores apresentam o bramanismo — o hinduísmo antigo — como sendo a tradição religiosa que dominava a Índia na época do Buddha. Entretanto, existiam muitos grupos religiosos diferentes e não havia uma predominância do bramanismo. Muitas pessoas não seguiam as regras sociais e religiosas dos āryanos. Deixavam a vida mundana e passavam a viver como ascetas nas florestas, dedicando-se a um severo auto-sacrifício com o objetivo de purificar as impurezas do corpo e do espírito.
Alguns ascetas enfatizavam a transcendência através de técnicas de meditação para acalmar e controlar a mente. Eles provavelmente foram influenciados pelos antigos yogas dos drávidas, originados antes da chegada dos āryanos na Índia. Outros ascetas, aparentemente influenciados pelas práticas védicas dos āryanos, enfatizavam a imanência e a aquisição de poderes mágicos através do conhecimento da natureza do universo. Estes praticantes espirituais heterodoxos eram conhecidos como vagueadores (sânscrito parivrājaka, pāli paribbājaka) ou contemplativos (sânscrito śrāmaṇa, pāli sāmaṇa).
A região da Índia na qual o Buddha viveu e ensinou no século V antes da era cristã estava cheia de uma abundante variedade de crenças religiosas e filosóficas propagadas por mestres igualmente variados nos seus estilos de vida. A principal divisão era entre os brâmanes e os ascetas não brâmanes, os śrāmaṇas ou "contemplativos". Os brâmanes eram os sacerdotes hereditários na Índia, os guardiões da ortodoxia antiga. Eles aceitavam a autoridade dos Vedas, que eles estudavam, recitavam em rituais inumeráveis, sacrifícios e cerimônias e aos quais recorriam como fonte para as suas especulações filosóficas. Por conseguinte, eles são caracterizados nos textos como tradicionalistas, que ensinam as suas doutrinas com base na tradição oral. O cânone pāli de modo geral os descreve vivendo uma vida confortável e equilibrada, casados e com filhos e em alguns casos desfrutando de favores reais. Os mais estudados são apresentados na companhia de estudantes — todos obrigatoriamente nascidos brâmanes — aos quais eles ensinavam os Vedas.
Os śrāmaṇas, por outro lado, não aceitavam a autoridade dos Vedas e por isso, sob a perspectiva dos brâmanes, eles se situavam na categoria dos heterodoxos. Em geral eles eram celibatários, viviam da mendicância e adquiriam o seu status através da renúncia voluntária e não através do nascimento. Os śrāmaṇas perambulavam pelo interior da Índia algumas vezes em grupos, algumas vezes solitários, pregando as suas doutrinas para a população, debatendo com outros contemplativos, dedicando-se às suas atividades espirituais que com freqüência envolviam rigorosas austeridades. Alguns mestres do grupo dos śrāmaṇas ensinavam exclusivamente fundamentados no raciocínio e na especulação, enquanto que outros ensinavam com base nas suas próprias experiências na meditação. O próprio Buddha se encaixava entre estes últimos, como aquele que ensinava o Dharma que ele compreendeu diretamente por si mesmo.
(Bhikkhu Bodhi, Introduction to Majjhima Nikaya, Access to Insight)
Dentre as doutrinas pregadas pelos diversos grupos religiosos, o Buddha apontou 62 como sendo errôneas. Ainda assim, seis mestres heterodoxos em relação ao buddhismo acabaram atraindo muitos seguidores em "caminhos externos", isto é, fora dos ensinamentos ortodoxos: Pūrāṇa Kāśyapa (pāli Pūrāṇa Kāssapa), Maskarin Gośālīputra (pāli Makkhali Gosāla), Sañjaya Vairāṭīputra (pāli Sañjaya Velaṭṭhiputta), Ajita Kesakambala (pāli Ajita Kesakambalin), Kakudha Katyāyana (pāli Pakudha Kaccāyana) e Nirgrāṇṭha Jñātaputra (pāli Nigaṇṭha Nātaputta, também conhecido como Vardhamana Mahāvīra, fundador do jainismo).
Os śrāmaṇas eram um grupo muito mais diversificado que, sem ter uma autoridade espiritual comum, promulgavam uma pletora de doutrinas filosóficas que iam desde o diabólico até o super divino. O cânone pāli com freqüência menciona seis mestres em particular como contemporâneos do Buddha, e visto que cada um deles é descrito como "líder de uma ordem... considerado como um santo por muitos", eles deviam exercer muita influência na época. [...]
[1] Pūrāṇa Kāssapa [...] ensinava a doutrina da inação (pāli akiriyavāda), que negava a validade das distinções morais.
[2] Maskarin Gośālīputra era o líder de uma seita conhecida como ājīvaka (ou ājīvika), que sobreviveu na Índia até a época medieval. Ele ensinava a doutrina do fatalismo e negava a condicionalidade (pāli ahetukavāda), e afirmava que todo o processo cósmico está controlado de modo rígido por um princípio chamado fatalidade ou destino (pāli niyati); os seres não possuem controle volitivo sobre as suas ações e se movem desamparadamente aprisionados pelo destino.
[3] Ajita Kesakambala era um niilista moral (pāli natthikavāda) que propunha uma filosofia materialista que rejeitava a existência de uma sobrevida e a retribuição do karma; a sua doutrina é freqüentemente citada pelo Buddha entre os tipos de ações prejudiciais como o paradigma do entendimento incorreto.
[4] Kakudha Katyāyana advogava o atomismo e fundamentado nisso ele repudiava os princípios básicos de moralidade.
[5] Sañjaya Vairāṭīputra, um cético, recusava-se a assumir uma posição em relação aos temas morais e filosóficos cruciais da época, provavelmente afirmando que esse conhecimento estava além da nossa capacidade de verificação.
[6] O sexto mestre, Nirgrāṇṭha Jñātaputra, é identificado como Mahāvīra, o histórico progenitor do Jainismo. Ele ensinava que há uma pluralidade de almas mônadas aprisionadas na matéria por laços do karma passado e que a alma deve ser libertada através do esgotamento dos laços kármicos por meio da prática severa da auto-mortificação.
Enquanto os textos em pāli em geral são corteses porém críticos em relação aos brâmanes, estes, por sua vez são vigorosos na sua rejeição às doutrinas rivais dos śrāmaṇas. Num discurso, o Buddha afirma que a firme adoção de qualquer uma das três primeiras doutrinas (e conseqüentemente a quarta) resulta numa cadeia de estados prejudiciais gerando karma ruim forte o suficiente para trazer um renascimento nos planos mais inferiores. Do mesmo modo, o venerável Ānanda descreve essas idéias como as quatro "negações da vida santa". O ceticismo de Sañjaya, apesar de não ser considerado tão pernicioso, é interpretado como um sinal da tolice e confusão do seu proponente; ele é descrito como "contorção de enguias", devido às suas evasivas e classificado entre os tipos de vida santa sem consolação. A doutrina jainista, embora compartindo algumas similaridades com os ensinamentos do Buddha era considerada suficientemente equivocada nas suas premissas básicas para ser refutada, e o Buddha assim o fez em várias ocasiões.
O repúdio a essas idéias errôneas era visto, sob a perspectiva buddhista, como uma medida necessária, não só para soar um claro alerta contra doutrinas que eram prejudiciais sob o ponto de vista espiritual, mas também para eliminar os obstáculos contra a aceitação do entendimento correto, que como precursor do caminho buddhista é um pré-requisito para o progresso no caminho para a libertação final.
(Bhikkhu Bodhi, Introduction to Majjhima Nikaya, Access to Insight)
Os deterministas (sânscrito ājīvaka, ājīvika), preocupados com a análise do presente e que acreditaram que todos os seres progridem para a perfeição, independente de seus esforços. Os céticos (sânscrito amāravikkhepika) não afirmavam nem negavam qualquer doutrina ou crença. Já os hedonistas (sânscrito carkava) e os materialistas ou mundanos (sânscrito lokāyata) defendiam uma visão existencialista, negando a prática espiritual e a lei da causa e efeito. Para eles, a única coisa verdadeira seria a realidade aparente das coisas percebidas através dos sentidos. Os materialistas diziam que cada um deveria agir conforme sua própria vontade para satisfazer seus desejos.
No início, o buddhismo foi apenas mais um entre os muitos movimentos religiosos indianos. Externamente, os monges buddhistas eram muito parecidos com os praticantes destes movimentos. O Buddha aceitou alguns ensinamentos conhecidos pelos religiosos da época, corrigindo determinados aspectos e rejeitando as visões errôneas. Enquanto certos autores afirmam erroneamente que o buddhismo é um protesto contra o bramanismo, há aqueles que partem outro extremo incorreto — afirmam que o buddhismo é uma vertente reformada do bramanismo. O Buddha teria resgatado a espiritualidade indiana original, baseada nos yogas meditativos dos drávidas, em contraste com espiritualidade védica dos invasores āryanos. Já alguns hindus afirmam que o Buddha deturpou os ensinamentos orignais do bramanismo.
Realmente, o Buddha não aceitava a autoridade das escrituras védicas, as especulações filosóficas dos brâmanes, seus rituais, sacrifícios e superstições. Os ensinamentos de Buddha enfatizam alguns elementos que já estavam presentes na espiritualidade pré-āryana, mas há ensinamentos que são únicos, originais e característicos do buddhismo. As verdades expressas nos ensinamentos de Buddha são atemporais, mas não tinham sido expostas desta forma em nenhum movimento religioso mais antigo — a não ser pelos seres iluminados de eras anteriores à nossa. Portanto, não é possível dizer que o buddhismo é um movimento de oposição aos brâmanes, mas também não é correto afirmar que o buddhismo é um ramo do bramanismo.
Por exemplo, os ensinamentos sobre karma, renascimento e meditação já eram encontrados nas tradições indianas pré-āryanas, mas o Buddha os apresentou de forma bastante peculiar. Ao contrário dos materialistas, ele não negou que os seres estão sujeitos aos frutos de suas ações (sânscrito karma, pāli kamma) e a sucessivos renascimentos na existência cíclica (sânscrito e pāli saṃsāra). Entretanto, ele rejeitou o fatalismo da predestinação — a idéia de que os seres estão sujeitos ao seu próprio destino e que nada podem fazer para mudá-lo. Buddha também não aceitou as visões extremas dos niilistas — a crença de que tudo acaba com a morte — nem dos eternalistas — a crença num absoluto (sânscrito brahmān) e num eu (sânscrito ātman) imutável, criado por um invisível ser todo-poderoso.
A meditação sobre o amor, a compaixão, a alegria e a eqüanimidade também é particularmente importante para o buddhismo. As quatro nobres verdades, o nobre caminho óctuplo, os doze elos do surgimento dependente, o não-eu e a vacuidade são encontrados apenas nos ensinamentos de Buddha. Com base nestes fundamentos, o buddhismo tornou-se um movimento religioso distinto e, ao longo dos séculos, absorveu elementos positivos das outras tradições asiáticas as quais entrou em contato. De modo geral, ao invés de discriminar as outras religiões, o buddhismo promoveu a tolerância e o diálogo com elas.
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Nesta seção, você encontrará informações sobre: as origens da civilização indiana; a sociedade e os movimentos religiosos da antiga Índia.
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Ruínas de Harappa
Ruínas de Mohenjo Daro
A história da Índia começa entre os anos 3000 e 2500 a.C., com o surgimento da civilização das cidades de Harappa e Mohenjo Daro no vale do rio Indo.
A civilização da Índia é mais antiga do que a da China, mas tem uma história mais desarticulada. Em alguns aspectos, a antiga Índia ainda hoje é visível e acessível para nós como nenhum outro centro primitivo de civilização. No começo do século XX, muitos indianos ainda viviam como os nossos primevos ancestrais, vivendo da caça e da coleta. O carro de boi e a roda de oleiro de muitas aldeias, como se pode ver hoje, são idênticos aos usados há quatro mil anos. Deuses e deusas cujos cultos podem remontar à Idade da Pedra ainda são venerados em santuários nas aldeias. Arranjos sociais cujas linhas mestras foram estabelecidas bem antes do ano 1000 a.C. ainda norteiam a vida de milhões de indianos — cristãos e muçulmanos, bem como hindus. Os drávidas, povo de pele escura, cujos descendentes atuais são principalmente encontrados no sul da Índia, também viviam no norte há cerca de cinco mil anos. Podem até ser os indianos aborígenes, embora não se tenha certeza.
(J. M. Roberts, O Livro de Ouro da História do Mundo, Ediouro)
Os drávidas, ou dravidianos, possuiam uma escirta que infelizmente não foi decifrada. Porém, a partir das descobertas arqueológicas e dos escritos posteriores, é possível ter uma idéia de como eles viviam. Os drávidas mantinham uma sociedade organizada, centralizada e conservadora, sustentada pela riqueza do comércio, da pesca e da agricultura, sendo muito hábeis na irrigação. No campo espiritual, enfatizam a crença no renascimento e no processo de causa e efeito de nossas ações. A libertação seria fruto da renúncia às coisas mundanas e da prática de austeridades e meditação. Os drávidas desenvolveram formas primitivas de yoga e meditação, que mais tarde seriam herdadas pela religião hindu.
Entre 2000 e 1750 a.C., os āryanos — povos indo-europeus provenientes do Hindu Cush — começaram a invadir a Índia através das montanhas do noroeste, forçando os drávidas a recuar para o sul. Os āryanos eram nômades e mantinham uma sociedade pastoril; eles passaram a dominar o vale do Indo e o Punjab. Suas crenças religiosas era bem diferentes daquelas dos drávidas. Os āryanos não acreditavam no renascimento ou na retribuição moral das ações. Eles enfatizavam a prática de rituais e sacrifícios como um meio de conseguir riqueza, poder e fama. Sua meta não era a libertação espiritual, mas sim chegar ao paraíso — isto é, versão melhora da vida terrena.
A partir do encontro da religiosidade āryana com a pré-āryana, surgiu o hinduísmo. O panteão āryano — divindades como Indra, Varuṇa, Agni, Vāyus, Viṣṇu, Sūrya e Yama, personificações dos poderes da natureza — seria somado ao panteão pré-āryano — divindades como Brahmā, Śiva e Śakti, que personificam o absoluto. Em alguns casos, houve a identificação de divindades; por exemplo, o deus Śiva dos pré-āryanos seria identificado com o deus Rudra dos āryanos.
Nesta época, estabeleceram-se os fundamentos da religião hindu e foram escritos os hinos sagrados conhecidos como Vedas. Os hindus aceitam estas escrituras com grande autoridade. A teoria da invasão āryana, por exemplo, é rejeitada por muitos hindus porque ela difere das histórias relatadas nos Vedas.
Por volta de 1200 a.C., provavelmente por causa das mudanças ambientais e das invasões por tribos do nordeste, os āryanos passaram a ocupar o vale do rio Ganges. A partir do século VIII a.C., quando começaram a ser compostos os Upaniṣads, os indianos mudaram o seu foco do culto exterior para o ascetismo interior, dos deuses para ser humano, dos rituais dos āryanos para as antigas técnicas de yoga e meditação dos drávidas. Essa mudança de foco — do universo para o ser humano — também aconteceria na Grécia, na transição do período pré-socrático, cosmológico, para o período socrático, antropológico.
O príncipe Rāma
Os dois grandes épicos indianos, o Rāmayāṇa e o Mahābhārata, foram escritos em meados de 400 a.C.
O pensamento indiano é abstrato, metafísico, focaliza o geral e o universal em detrimento do particular; não foi favorável, portanto, ao desenvolvimento de disciplinas que tratam do particular, como a História. O pensamento chinês é oposto ao indiano: preocupa-se com o particular, com o concreto, em detrimento do universal; avesso às especulações metafísicas, concentra-se na reflexão sobre a moral e a política; grande desenvolvimento da História, "rainha das ciências", tradicionais chinesas. No Japão há uma cultura híbrida, resultado da fusão da cultura chinesa com contribuições da tradição indiana, via buddhismo, mais um substrato arcaico autóctone; predomina no Japão uma atitude estética: até mesmo as tradições metafísicas são expostas preferencialmente através de formas artísticas.
(Ricardo Mário Gonçalves, O Caminho do Despertar, Instituto Budista de Estudos Missionários)
Diferentemente das outras religiões mundiais, o hinduísmo não tem fundador, nem credo fixo nem organização de espécie alguma. Projeta-se como a "religião eterna" [sânscrito sanātana dharma] e se caracteriza por sua imensa diversidade e pela capacidade excepcional que vem demonstrando através da história abranger novos modos de pensamentos e expressão religiosa. [...] As raízes do hinduísmo podem ser encontradas em algum ponto entre o ano 1500 a.C. e o ano 200 a.C., quando os chamados āryanos (isto é, os "nobres") começaram a subjugar o vale do Indo. As crenças dessas pessoas tinham ligação com outras religiões indo-européias, como a grega, a romana e a germânica.
(Victor Hellern, Henry Notaker, Jostein Gaarder, O Livro das Religiões, Companhia das Letras)
As raízes do hinduísmo retrocedem muito no passado, talvez antes das invasões āryanas, pois já nas civilizações do Vale do Indo eram venerados deuses que podem ter sido precursores ou "antepassados" do Śiva hindu. Mas depois o hinduísmo extravasou o modelo do antigo bramanismo e da religião védica que durante muito tempo o envolveu. No tempo dos guptas [séculos IV-V], já existia algo bem parecido com a futura sociedade hinduísta da Índia. Sua base era o sistema de castas, na época já proveniente da antiga divisão da sociedade védica em quatro classes. A crença religiosa também havia mudado. No entanto é difícil descrever a religião hindu, pois não se trata de credos ou declarações quanto ao que se deve acreditar. Tampouco a religião hindu deve ser pensada como algo à parte ou como um aspecto isolado da vida. Ao contrário, é uma maneira de ver o mundo como um todo (visível e invisível) e viver nele. Se existe um princípio prático fundamental no hinduísmo, é viver a vida com o lugar de cada um no esquema das coisas.
Para os camponeses — e os indianos, em sua maioria, que são e sempre foram camponeses — isto pode significar meras tentativas supersticiosas de assegurar a boa vontade das divindades no templo local, respeito pela casta e pelas suas restrições práticas, participação em festivais populares, como aqueles durante os quais ainda hoje circulam pelas aldeias grandes carros pintados e esculpidos com demônios, deusas, deuses e monstros. Também existiam cultos mais especializados, a deuses ou deusas maiores, como Śiva e Kṛṣṇa. E ainda um hinduísmo puramente filosófico, bem distante da crueldade dos sacrifínios animais e da veneração de imagens que ocorriam em nível popular (como durante muitos séculos acontecem com o cristianimo popular, nas orações mágicas e supersticiosas aos santos). Sua forma mais desenvolvida era chamada de Vedānta, crença abstrata que acentuava a irrealidade do presente mundo material. Ela ensina que os homens precisavam se desvencilhar deste mundo, conquistando um verdadeiro conhecimento da realidade ou brahman. No que se refere à doutrina, o hinduísmo tinha algo para atender a todas as necessidades. Mas a maneira pela qual funcionava na vida diária tendeu a torná-lo mais rígido e estrito.
(J. M. Roberts, O Livro de Ouro da História do Mundo, Ediouro)
Os textos sagrados hindus foram escritos em sânscrito, uma das línguas mais antigas do mundo. Em todas as regiões da antiga Índia, havia uma grande quantidade de idiomas, muitos dos quais presentes até os dias de hoje. Por exemplo, na região norte, onde viveria o Buddha, a língua falada era o maghadi ou ardha-magadhi — uma espécie de sânscrito popular, muito semelhante ao idioma pāli.
A fonte principal de doutrina da tradição hindu vem de um conjunto de hinos que vem sendo transmitido há mais de dois mil anos chamados de Vedas. Literalmente este nome significa "conhecimento" ou ainda "corpo de conhecimento", e é a fonte de inspiração de todos os desenvolvimentos posteriores ocorridos nesta tradição. Inspirados pelos ṛṣis ou sábios de antigamente, tais hinos foram, então, transmitidos por gerações na forma de tradição oral. Eles são em número de quatro: Ṛg Veda, Sāma Veda, Yajur Veda e Atharva Veda, sendo que o primeiro é o mais antigo e também o mais importante.
Posteriormente, com o desenvolvimento da tradição dos sacerdotes, um conjunto de ensinamentos foi sendo elaborado com o fim de esclarecer ainda mais o significado de Brahmān, a realidade suprema subjacente a todas as coisas e tema central dos Vedas. Assim surgiram os Brāhmaṇas, um conjunto de textos versando sobre a relação entre o cosmos e o ritual, e a necessidade deste último para o equilíbrio do primeiro e de toda a vida.
Seguindo somente aos Vedas em importância, estão os Upaniṣads, onde se expressa propriamente a tradição comentarial dos Vedas. Fala-se da existência de muitos Upaniṣads, dentre os quais 108 são preservados até hoje. Destes, dez são considerados os principais, sendo que o Bṛhadāraṇyaka e o Cāndogya são de muita importância. Significando literalmente "sentar-se perto devotadamente" ou também "ensinamento secreto", os Upaniṣads expressam a essência dos Vedas, tal como entendida pelos mestres do passado.
Dignos de menção são dois épicos que marcaram época e são ainda hoje respeitados e recitados pelos eruditos hindus e pelas camadas populares. O mais antigo é o Mahābhārata (A Grande Índia), uma saga mística que, além de ser o maior épico da literatura mundial, possui também como um de seus capítulos a mais conhecida obra hindu no Ocidente, o Bhagavad Gītā (Canto do Abençoado), o qual conta a estória de Kṛṣṇa, a personificação do transcendente na Terra. A estória de outra destas personificações é o tema deste outro épico, o Rāmayāṇa (O Caminho de Rāma).
Por último devemos mencionar os Purāṇas, literalmente "Antigos", um conjunto de relatos míticos e históricos transmitidos através dos tempos. Após os Purāṇas as obras religiosas tornam-se cada vez mais particularizadas e passam a fazer parte das escolas específicas dentro da tradição.
(Ricardo Sasaki, O Outro Lado do Espiritualismo Moderno, Vozes)
A sociedade
Os āryanos implantaram um sistema de divisão da sociedade em cores ou castas (sânscrito varṇa, pālivaṇṇa). Geralmente, elas são apresentadas como classes sociais, semelhantes às que existiam na Europa (clero, nobreza, burguesia e camponeses). Entretanto, as castas são na verdade uma divisão de funções e não são baseadas na posse de capital:
brâmanes (sânscrito brāhmaṇa): sacerdotes, magos, religiosos e filósofos hindus, responsáveis pelos sacrifícios e rituais sagrados. Segundo os hindus, os brâmanes teriam nascido da boca do deus Brahmā e seriam caracterizados pela bondade (sânscrito sattva).
guerreiros (sânscrito kṣatriya): reis, nobres, autoridades, senhores feudais, oficiais e guerreiros da realeza, responsáveis pelo poder político e militar. Eles teriam nascido do braço direito de Brahmā e seriam caracterizados pela paixão (sânscrito rājas).
provedores (sânscrito vaiṣyas): mercadores, artesãos, camponeses e burgueses āryanos. Eles teriam nascido das coxas de Brahmā e seriam caracterizados tanto pela paixão (sânscrito rājas) quanto pela ignorância (sânscrito tamas).
servos (sânscrito śūdra): trabalhadores braçais. Eles teriam nascido dos pés de Brahmā e seriam caracterizados pela ignorância (sânscrito tamas).
Abaixo desse sistema estavam os sem casta (sânscrito avarṇa), no Ocidente conhecidos como párias. Segundo os hindus, os párias eram não-āryanos, não teriam nascido de Brahmā e, conseqüentemente, eram bastante discriminados. Esta situação desfavorecida, porém, era mais derivada do preconceito que do sistema de castas. Em muitos países, também há pobreza e discriminação, apesar de não existirem castas. A possibilidade de uma pessoa pobre enriquecer pode ser menor que a de um pária subir socialmente na Índia.
Muitos autores afirmam que o Buddha foi uma espécie de agitador religioso e social, que teria se levantado contra os brâmanes e o sistema de castas. Porém, ele nunca rejeitou a instituição bramânica em si; muitos de seus discípulos eram brâmanes. De fato, o que o Buddha rejeitou foram as pretensões de certos os brâmanes — por exemplo, sua suposta superioridade e origem divina.
Os encontros do Buddha com os brâmanes em geral eram amigáveis, as conversas caracterizadas pela cortesia e respeito mútuo. Muitos textos no Majjhima Nikāya tratam da pretensa superioridade dos brâmanes em relação às demais castas sociais. Na época do Buddha o sistema de castas estava apenas começando a tomar forma no nordeste da Índia e ainda não havia gerado as incontáveis subdivisões e regras rígidas que acabariam por aprisionar a sociedade hindu ao longo dos séculos.
Nos textos em pāli parece que os brâmanes, apesar de investidos de autoridade nas questões religiosas, ainda não haviam ascendido à posição de hegemonia incontestável que eles iriam adquirir depois da promulgação das Leis de Manu. Eles já tinham, no entanto, embarcado na busca pelo domínio e faziam isso através da propagação da tese de que a casta dos brâmanes era superior, a casta mais bela, os descendentes divinamente abençoados de Brahmā e que somente eles seriam capazes de se purificarem. A preocupação de que essa afirmação dos brâmanes poderia na realidade ser verdadeira parece ter se espalhado entre a realeza, que deve ter ficado atemorizada pela ameaça que eles representavam ao seu poder.
Contrário a certas noções populares, o Buddha não repudiou explicitamente a divisão de classes da sociedade hindu ou pediu a abolição desse sistema social. Dentro da comunidade monástica, no entanto, todas as distinções de casta eram anuladas no momento da ordenação. Desse modo, as pessoas de qualquer uma das quatro castas, que seguiam a vida santa sob o Buddha, renunciavam aos títulos e prerrogativas da classe à qual pertenciam para se tornarem simplesmente os discípulos do [Buddha, o] filho dos Śākyas. Sempre que o Buddha ou os seus discípulos eram confrontados com as reivindicações de superioridade dos brâmanes, eles argumentavam vigorosamente contra elas, afirmando que todas essas afirmações careciam de fundamento. A purificação, eles sustentavam, é o resultado da conduta e não do nascimento, e por esse motivo estava acessível a toda as pessoas das quatro castas.
(Bhikkhu Bodhi, Introduction to Majjhima Nikaya, Access to Insight)
Os movimentos religiosos
Muitos autores apresentam o bramanismo — o hinduísmo antigo — como sendo a tradição religiosa que dominava a Índia na época do Buddha. Entretanto, existiam muitos grupos religiosos diferentes e não havia uma predominância do bramanismo. Muitas pessoas não seguiam as regras sociais e religiosas dos āryanos. Deixavam a vida mundana e passavam a viver como ascetas nas florestas, dedicando-se a um severo auto-sacrifício com o objetivo de purificar as impurezas do corpo e do espírito.
Alguns ascetas enfatizavam a transcendência através de técnicas de meditação para acalmar e controlar a mente. Eles provavelmente foram influenciados pelos antigos yogas dos drávidas, originados antes da chegada dos āryanos na Índia. Outros ascetas, aparentemente influenciados pelas práticas védicas dos āryanos, enfatizavam a imanência e a aquisição de poderes mágicos através do conhecimento da natureza do universo. Estes praticantes espirituais heterodoxos eram conhecidos como vagueadores (sânscrito parivrājaka, pāli paribbājaka) ou contemplativos (sânscrito śrāmaṇa, pāli sāmaṇa).
A região da Índia na qual o Buddha viveu e ensinou no século V antes da era cristã estava cheia de uma abundante variedade de crenças religiosas e filosóficas propagadas por mestres igualmente variados nos seus estilos de vida. A principal divisão era entre os brâmanes e os ascetas não brâmanes, os śrāmaṇas ou "contemplativos". Os brâmanes eram os sacerdotes hereditários na Índia, os guardiões da ortodoxia antiga. Eles aceitavam a autoridade dos Vedas, que eles estudavam, recitavam em rituais inumeráveis, sacrifícios e cerimônias e aos quais recorriam como fonte para as suas especulações filosóficas. Por conseguinte, eles são caracterizados nos textos como tradicionalistas, que ensinam as suas doutrinas com base na tradição oral. O cânone pāli de modo geral os descreve vivendo uma vida confortável e equilibrada, casados e com filhos e em alguns casos desfrutando de favores reais. Os mais estudados são apresentados na companhia de estudantes — todos obrigatoriamente nascidos brâmanes — aos quais eles ensinavam os Vedas.
Os śrāmaṇas, por outro lado, não aceitavam a autoridade dos Vedas e por isso, sob a perspectiva dos brâmanes, eles se situavam na categoria dos heterodoxos. Em geral eles eram celibatários, viviam da mendicância e adquiriam o seu status através da renúncia voluntária e não através do nascimento. Os śrāmaṇas perambulavam pelo interior da Índia algumas vezes em grupos, algumas vezes solitários, pregando as suas doutrinas para a população, debatendo com outros contemplativos, dedicando-se às suas atividades espirituais que com freqüência envolviam rigorosas austeridades. Alguns mestres do grupo dos śrāmaṇas ensinavam exclusivamente fundamentados no raciocínio e na especulação, enquanto que outros ensinavam com base nas suas próprias experiências na meditação. O próprio Buddha se encaixava entre estes últimos, como aquele que ensinava o Dharma que ele compreendeu diretamente por si mesmo.
(Bhikkhu Bodhi, Introduction to Majjhima Nikaya, Access to Insight)
Dentre as doutrinas pregadas pelos diversos grupos religiosos, o Buddha apontou 62 como sendo errôneas. Ainda assim, seis mestres heterodoxos em relação ao buddhismo acabaram atraindo muitos seguidores em "caminhos externos", isto é, fora dos ensinamentos ortodoxos: Pūrāṇa Kāśyapa (pāli Pūrāṇa Kāssapa), Maskarin Gośālīputra (pāli Makkhali Gosāla), Sañjaya Vairāṭīputra (pāli Sañjaya Velaṭṭhiputta), Ajita Kesakambala (pāli Ajita Kesakambalin), Kakudha Katyāyana (pāli Pakudha Kaccāyana) e Nirgrāṇṭha Jñātaputra (pāli Nigaṇṭha Nātaputta, também conhecido como Vardhamana Mahāvīra, fundador do jainismo).
Os śrāmaṇas eram um grupo muito mais diversificado que, sem ter uma autoridade espiritual comum, promulgavam uma pletora de doutrinas filosóficas que iam desde o diabólico até o super divino. O cânone pāli com freqüência menciona seis mestres em particular como contemporâneos do Buddha, e visto que cada um deles é descrito como "líder de uma ordem... considerado como um santo por muitos", eles deviam exercer muita influência na época. [...]
[1] Pūrāṇa Kāssapa [...] ensinava a doutrina da inação (pāli akiriyavāda), que negava a validade das distinções morais.
[2] Maskarin Gośālīputra era o líder de uma seita conhecida como ājīvaka (ou ājīvika), que sobreviveu na Índia até a época medieval. Ele ensinava a doutrina do fatalismo e negava a condicionalidade (pāli ahetukavāda), e afirmava que todo o processo cósmico está controlado de modo rígido por um princípio chamado fatalidade ou destino (pāli niyati); os seres não possuem controle volitivo sobre as suas ações e se movem desamparadamente aprisionados pelo destino.
[3] Ajita Kesakambala era um niilista moral (pāli natthikavāda) que propunha uma filosofia materialista que rejeitava a existência de uma sobrevida e a retribuição do karma; a sua doutrina é freqüentemente citada pelo Buddha entre os tipos de ações prejudiciais como o paradigma do entendimento incorreto.
[4] Kakudha Katyāyana advogava o atomismo e fundamentado nisso ele repudiava os princípios básicos de moralidade.
[5] Sañjaya Vairāṭīputra, um cético, recusava-se a assumir uma posição em relação aos temas morais e filosóficos cruciais da época, provavelmente afirmando que esse conhecimento estava além da nossa capacidade de verificação.
[6] O sexto mestre, Nirgrāṇṭha Jñātaputra, é identificado como Mahāvīra, o histórico progenitor do Jainismo. Ele ensinava que há uma pluralidade de almas mônadas aprisionadas na matéria por laços do karma passado e que a alma deve ser libertada através do esgotamento dos laços kármicos por meio da prática severa da auto-mortificação.
Enquanto os textos em pāli em geral são corteses porém críticos em relação aos brâmanes, estes, por sua vez são vigorosos na sua rejeição às doutrinas rivais dos śrāmaṇas. Num discurso, o Buddha afirma que a firme adoção de qualquer uma das três primeiras doutrinas (e conseqüentemente a quarta) resulta numa cadeia de estados prejudiciais gerando karma ruim forte o suficiente para trazer um renascimento nos planos mais inferiores. Do mesmo modo, o venerável Ānanda descreve essas idéias como as quatro "negações da vida santa". O ceticismo de Sañjaya, apesar de não ser considerado tão pernicioso, é interpretado como um sinal da tolice e confusão do seu proponente; ele é descrito como "contorção de enguias", devido às suas evasivas e classificado entre os tipos de vida santa sem consolação. A doutrina jainista, embora compartindo algumas similaridades com os ensinamentos do Buddha era considerada suficientemente equivocada nas suas premissas básicas para ser refutada, e o Buddha assim o fez em várias ocasiões.
O repúdio a essas idéias errôneas era visto, sob a perspectiva buddhista, como uma medida necessária, não só para soar um claro alerta contra doutrinas que eram prejudiciais sob o ponto de vista espiritual, mas também para eliminar os obstáculos contra a aceitação do entendimento correto, que como precursor do caminho buddhista é um pré-requisito para o progresso no caminho para a libertação final.
(Bhikkhu Bodhi, Introduction to Majjhima Nikaya, Access to Insight)
Os deterministas (sânscrito ājīvaka, ājīvika), preocupados com a análise do presente e que acreditaram que todos os seres progridem para a perfeição, independente de seus esforços. Os céticos (sânscrito amāravikkhepika) não afirmavam nem negavam qualquer doutrina ou crença. Já os hedonistas (sânscrito carkava) e os materialistas ou mundanos (sânscrito lokāyata) defendiam uma visão existencialista, negando a prática espiritual e a lei da causa e efeito. Para eles, a única coisa verdadeira seria a realidade aparente das coisas percebidas através dos sentidos. Os materialistas diziam que cada um deveria agir conforme sua própria vontade para satisfazer seus desejos.
No início, o buddhismo foi apenas mais um entre os muitos movimentos religiosos indianos. Externamente, os monges buddhistas eram muito parecidos com os praticantes destes movimentos. O Buddha aceitou alguns ensinamentos conhecidos pelos religiosos da época, corrigindo determinados aspectos e rejeitando as visões errôneas. Enquanto certos autores afirmam erroneamente que o buddhismo é um protesto contra o bramanismo, há aqueles que partem outro extremo incorreto — afirmam que o buddhismo é uma vertente reformada do bramanismo. O Buddha teria resgatado a espiritualidade indiana original, baseada nos yogas meditativos dos drávidas, em contraste com espiritualidade védica dos invasores āryanos. Já alguns hindus afirmam que o Buddha deturpou os ensinamentos orignais do bramanismo.
Realmente, o Buddha não aceitava a autoridade das escrituras védicas, as especulações filosóficas dos brâmanes, seus rituais, sacrifícios e superstições. Os ensinamentos de Buddha enfatizam alguns elementos que já estavam presentes na espiritualidade pré-āryana, mas há ensinamentos que são únicos, originais e característicos do buddhismo. As verdades expressas nos ensinamentos de Buddha são atemporais, mas não tinham sido expostas desta forma em nenhum movimento religioso mais antigo — a não ser pelos seres iluminados de eras anteriores à nossa. Portanto, não é possível dizer que o buddhismo é um movimento de oposição aos brâmanes, mas também não é correto afirmar que o buddhismo é um ramo do bramanismo.
Por exemplo, os ensinamentos sobre karma, renascimento e meditação já eram encontrados nas tradições indianas pré-āryanas, mas o Buddha os apresentou de forma bastante peculiar. Ao contrário dos materialistas, ele não negou que os seres estão sujeitos aos frutos de suas ações (sânscrito karma, pāli kamma) e a sucessivos renascimentos na existência cíclica (sânscrito e pāli saṃsāra). Entretanto, ele rejeitou o fatalismo da predestinação — a idéia de que os seres estão sujeitos ao seu próprio destino e que nada podem fazer para mudá-lo. Buddha também não aceitou as visões extremas dos niilistas — a crença de que tudo acaba com a morte — nem dos eternalistas — a crença num absoluto (sânscrito brahmān) e num eu (sânscrito ātman) imutável, criado por um invisível ser todo-poderoso.
A meditação sobre o amor, a compaixão, a alegria e a eqüanimidade também é particularmente importante para o buddhismo. As quatro nobres verdades, o nobre caminho óctuplo, os doze elos do surgimento dependente, o não-eu e a vacuidade são encontrados apenas nos ensinamentos de Buddha. Com base nestes fundamentos, o buddhismo tornou-se um movimento religioso distinto e, ao longo dos séculos, absorveu elementos positivos das outras tradições asiáticas as quais entrou em contato. De modo geral, ao invés de discriminar as outras religiões, o buddhismo promoveu a tolerância e o diálogo com elas.
Por volta de sete mil anos a.C., o chamado periodo de Pré-Védico, a civilização do Vale do Indo estava em pleno desenvolvimento, com cidades de até 20.000 habitantes, baseadas na agricultura, no artesanato e com um comércio bem desenvolvido.
Por volta de 2000 a.C., os arianos começaram a invadir a Índia através das montanhas do noroeste, forçando os drávidas a recuar para o sul. Os drávidas mantinham uma sociedade organizada, centralizada e conservadora, sustentada pela riqueza do comércio, da pesca e da agricultura, sendo muito hábeis na irrigação.
No campo espiritual, enfatizam a crença no renascimento e no processo de causa e efeito de nossas ações. A libertação seria fruto da renúncia às coisas mundanas e da prática de austeridades e meditação. Os drávidas desenvolveram formas primitivas de yoga e meditação, que mais tarde seriam herdadas pela religião hindu. Já os arianos não acreditavam no renascimento ou na retribuição moral das ações. Eles enfatizavam a prática de rituais e sacrifícios como um meio de conseguir riqueza, poder e fama. Sua meta não era a libertação espiritual, mas sim chegar ao paraíso — isto é, versão melhora da vida terrena.
A partir do encontro da religiosidade ariana com a pré-ariana, surgiu o hinduísmo.
É importante também observar que o próprio conceito de ariano não era, até antes do sec. XIX, associado a nenhuma etnia. O o termo árya, nobre, referia-se a uma cultura e base idiomática comum de povos, associada ao sânscrito, sem ter qualquer conotação étnica ou racial. Essa distorção, criando o conceito dos drávidas de pele escura em oposição aos arianos de pele clara, surgiu na Europa junto com os movimentos filosóficos que deflagaram posteriormente o separatismo étnico.
OS VEDAS
A palavra “Vedas” vem do sânscrito e tem como raiz “Vid” que pode ser traduzida como “conhecimento”. Assim, os Vedas são os quatro textos em sânscrito que formam a base do sistema de escrituras sagradas do hinduísmo: Rig-Veda: dedicado aos rituais e ao louvor às divindades; Yajur-Veda: dedicado as fórmulas sacrificiais (yajus, yajna); Sama-Veda: dedicado aos cânticos usados nos rituais do fogo e aos mantras; Arthava- Veda: todo dedicado às fórmulas mágicas e aos mantras.
Segundo ensina o hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu karma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela yoga. Assim a pessoa alcança a “salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação.
Por volta de 2000 a.C., os arianos começaram a invadir a Índia através das montanhas do noroeste, forçando os drávidas a recuar para o sul. Os drávidas mantinham uma sociedade organizada, centralizada e conservadora, sustentada pela riqueza do comércio, da pesca e da agricultura, sendo muito hábeis na irrigação.
No campo espiritual, enfatizam a crença no renascimento e no processo de causa e efeito de nossas ações. A libertação seria fruto da renúncia às coisas mundanas e da prática de austeridades e meditação. Os drávidas desenvolveram formas primitivas de yoga e meditação, que mais tarde seriam herdadas pela religião hindu. Já os arianos não acreditavam no renascimento ou na retribuição moral das ações. Eles enfatizavam a prática de rituais e sacrifícios como um meio de conseguir riqueza, poder e fama. Sua meta não era a libertação espiritual, mas sim chegar ao paraíso — isto é, versão melhora da vida terrena.
A partir do encontro da religiosidade ariana com a pré-ariana, surgiu o hinduísmo.
É importante também observar que o próprio conceito de ariano não era, até antes do sec. XIX, associado a nenhuma etnia. O o termo árya, nobre, referia-se a uma cultura e base idiomática comum de povos, associada ao sânscrito, sem ter qualquer conotação étnica ou racial. Essa distorção, criando o conceito dos drávidas de pele escura em oposição aos arianos de pele clara, surgiu na Europa junto com os movimentos filosóficos que deflagaram posteriormente o separatismo étnico.
OS VEDAS
A palavra “Vedas” vem do sânscrito e tem como raiz “Vid” que pode ser traduzida como “conhecimento”. Assim, os Vedas são os quatro textos em sânscrito que formam a base do sistema de escrituras sagradas do hinduísmo: Rig-Veda: dedicado aos rituais e ao louvor às divindades; Yajur-Veda: dedicado as fórmulas sacrificiais (yajus, yajna); Sama-Veda: dedicado aos cânticos usados nos rituais do fogo e aos mantras; Arthava- Veda: todo dedicado às fórmulas mágicas e aos mantras.
Segundo ensina o hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu karma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela yoga. Assim a pessoa alcança a “salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação.
Numerologia Tântrica
Numerologia Tântrica
Coluna: NUMEROLOGIA
Autor: Mariane Ambrosio
Tantra significa, literalmente, um instrumento de expansão. A palavra tan é traduzida como “expansão” e tra significa “instrumento”. Com o objetivo de harmonizar as energias da vida e solucionar contradições e conflitos, o Tantra, além de proporcionar o incrível prazer de experimentar a vida como um fluxo intenso de energia, fornece instrumentos para expandir as fronteiras da consciência.
Alguns estudiosos afirmam que as raízes do Tantra então em algum lugar da pré-história das religiões da Índia; hinduismo, budismo.
Trata-se de uma filosofia de comportamento nascida entre os drávidas há 5 mil anos, cuja sociedade e cultura eram matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Aliás, eles passaram para a história como um povo tântrico, que reverenciavam mulheres e deusas.
O Tantra, que nos últimos anos vem se tornando cada vez mais popular no mundo ocidental, é um caminho oriental de desenvolvimento pessoal e ensina que a energia sexual do relacionamento amoroso pode ser usada para transformar a paixão em estados mais elevados de consciência.
Através do Tantra podemos encontrar novas fontes de prazer, aumentando assim o desejo pela vida. Além disso, aprendemos a usar a meditação, a visualização e a fantasia para melhorar a confiança sexual e emocional, o que nos leva a aprofundar significativamente o relacionamento afetivo com o(a) nosso(a) companheiro(a).
Considerando a maravilhosa prática do Tantra, podemos concluir que os drávidas eram muito felizes. Mas, um dia a Índia começou a ser invadida por hordas de sub-bárbaros guerreiros, os áryas ou arianos que, por motivos óbvios, não conseguiram aceitar a supremacia da mulher que freava, de certa forma, sua liberdade e impulsos belicosos. Anti-sensoriais e contra as mulheres, os arianos reprimiam os prazeres, pois achavam que estes os tornariam acomodados.
Resultado, tornaram-se repressores e, quando ocuparam a Índia há 3.500 anos, escravizaram os drávidas e impuseram-lhes a cultura brahmácharya (patriarcal, anti-sensorial e repressora), proibindo-lhes, portanto, exercer a cultura tântrica (matriarcal, sensorial e desrepressora) por ser oposta ao regime vigente.
Quem praticasse o Tantra e reverenciasse a mulher, ou divindades femininas, seria acusado de subversão e traição. Como tal, seria perseguido, preso e torturado até a morte.
Dessa forma, com a sua proibição por razões culturais, raciais e políticas, o Tantra se tornou uma tradição secreta. Continua assim até hoje, pois continuamos vivendo num mundo marcantemente brahmácharya, não apenas na Índia, mas na maior parte das nações. Mencionamos razões raciais porque, ao invadir a Índia, os arianos eram louros, enquanto os drávidas tinham pele escura e cabelos pretos.
O mapa tântrico da energia
A chave para a compreensão do Tantra é entender que temos um corpo físico e um corpo energético. Este último anima e permeia o corpo físico. Assim, o sexo é um encontro de energias, uma reunião dos corpos físico e energético. O Tantra visualiza nossa usina de energia como a serpente Kundalini, que permanece enroscada na base da coluna, à espera de ser despertada e conduzida aos vários centros de energia do corpo, até a coroa, no alto da cabeça.
Mas, você sabe o que é Kundalini?
Kundalini é, digamos, o nervo da alma. É a mais elevada energia do infinito, enroscada e dinâmica na base da espinha humana, onde é feito o contato entre a infinita energia criativa divina e a finita energia sexual física.
Enquanto encarnada em forma física, a grande massa de energia Kundalini presa no chakra da raiz (um dos sete chackras ou centros de força estabelecidos em vários pontos ao longo da coluna espinal, compostos de substância etérea), deve ser liberada para viajar através de sushumna (canal nervoso central que perfura a medula espinal, fluindo para cima da base da espinha para aparentemente terminar na área do Terceiro Olho, chackra das sobrancelhas, que se localiza no centro do cérebro e envolve as glândulas pituitária e pineal, também chamado de olho da alma) para cima, em cheio para o centro do cérebro, o chackra da Coroa.
Estou querendo com esta introdução lembrar-lhes que o tesão da vida também esta sob nossa responsabilidade e que cabe a cada um independente de credo, raça , sexo ou cor buscar meios que promovam o equilíbrio e um ser sozinho é capaz de grandes feitos pois para realizar algo grandioso ou generoso retira “forças do útero” ou “do fundo da alma”. Para isso basta ser requisitado... Então não espere ser chamado comece agora a realizar...
* Pela Numerologia Tântrica, nascemos com 10 corpos espirituais. Esses corpos trazem registros e padrões. O nosso trabalho é apagar os registros negativos e caminhar em direção à consciência.
Com essa consciência podemos nos transformar e nos curar. Este método apresenta o estudo da teia (Tantra) dos Números nos vários corpos que formam nossa essência. O propósito é o de possibilitar o conhecimento dos 10 corpos que devem ser desenvolvidos para atingir o 11º Corpo que representa a Iluminação a totalidade e a perfeição.
Com a Numerologia Tântrica, ficamos capacitados a encarar nossas fragilidades, nossos potenciais e nossa consciência humana e assim atingir a elevação espiritual. Somos uma manifestação Divina e precisamos reconhecer esta capacidade utilizando a partir deste conhecimento o serviço Divino.
O estudo dos 11 passos representa uma elevação espiritual e permite um mergulho pessoal para percepção de nosso estágio.
Corpo 1 – O contato com nossa alma e a humildade
O primeiro passo é relacionar-se com sua alma e irradiar vitalidade interna. Promover autoconhecimento equilibrar cabeça e razão com coração e emoção. Nada muda se não estiver em contato com sua alma pois só assim desenvolve a criatividade e a humildade. Acreditar que é merece ser afortunado por ser um belo ser espiritual porque assim Deus o criou. Ser grato a vida, manter alegria, compaixão e ser feliz sentindo a fluência de sua alma.
Corpo 2 - Desejo de pertencer e ter proteção anular o negativo
O segundo passo é sentir grande satisfação em estabelecer relações com qualidade e profundidade permitindo –se ser aceito, e prazer em pertencer a um grupo. Desenvolver a paciência com mente pioneira e obedecer sua própria voz interior, sem atuar por impulsos movido apenas pelo desejo de agradar. É importante perceber com discernimento os riscos das situações mantendo centrando-se. Não fazer nada que vá contra seus princípios. Canalize seu desejo de pertencer a pessoas de consciência elevada numa conexão de alma para alma, em relacionamentos de amor onde possa se sentir seguro proteger o outro e a si mesmo com equilíbrio.
Corpo 3 – Projeção positiva de igualdade e verdade
O terceiro passo é trabalhar firmemente no desenvolvimento da mente positiva e projetiva. Ver só o positivo das coisas e projetar luz, esperança e humor. Saber elevar a si e ao outro. Sorrir muito transmutando as sombras em luz, eliminando a negatividade. Trabalhar com a verdade, sem ilusão, sem manipulação, usar o equilíbrio.
Corpo 4 – Ser mediador e neutro
O quarto passo é enxergar os acontecimentos da vida com uma atitude neutra, com experiência de aprendizado. Compreender que todo e qualquer acontecimento vem para ensinar-lhe algo, e torná-lo mais sábio. A neutralidade é a capacidade de escutar a mente protetora considerando os riscos, sem ilusão e considerar os aspectos positivos. Atuar com neutralidade é ser sábio escutando a voz do eu Superior e deixar ser guiado. A neutralidade nos torna confiantes e serenos diante dos propósitos dos eventos.
Corpo 5 – Auto-suficiência e equilíbrio do corpo físico
O quinto passo é aprender a relacionar-se com o corpo físico e sua energia. Este corpo tem um propósito e existe por quer ser perfeito e concluir o trabalho que veio realizar. Desenvolver resistência onde à organização da energia é primordial desenvolver conhecimentos por onde entra onde é abastecida e quando usá-la ou dividi-la (quanto mais usa mais aumenta). Compreender que cada parte da vida é sagrada e que somente a harmonia e o equilíbrio podem fortalecer este aspecto. Ensinar aos outros com seu exemplo de dedicação e disciplina. Significa também sacrificar seu tempo para beneficio de outros.
Corpo 6 – Arco de Luz - Poder de projeção, justiça e integridade
Sexto passo desenvolver um escudo de proteção contra a negatividade e desenvolver capacidade de projetar para a vida seus anseios, desejos e concretizá-los. Ter noção do poder de criar sua própria realidade, desenvolver um comportamento justo e manter sua palavra. Ser coerente e constante. Manter a ética , a honestidade consigo mesmo e com os outros. Com este corpo desenvolvido o Ser é forte, firme, pleno e brilhante, capaz de desenvolver qualquer situação através do domínio da oração e da meditação.
Corpo 7 – Aura - elevação, segurança e amor
O sétimo corpo é aceitar e amar a si e aos outros. Expandir a aura como ser sagrado que é. Levar sua presença radiante e brilhante a compreensão, a Luz do amor. A aura é o campo eletromagnético que rodeia o corpo, uma aura forte torna o corpo seguro, permitindo ser carinhoso e compassivo. Esta bem só ou em grupo porque desenvolveu a auto-estima. Sua segurança interior, não permite que as influências externas o afetem. Tem a obrigação de elevar-se e elevar, e inspirar os que o rodeiam.
Corpo 8 – Prânico puro e repleto de energia
O oitavo passo é usar a respiração para conectar a infinita energia criadora (o prana) ,que está a nossa disposição o tempo todo. Nesta etapa é preciso vencer os medos, sentir-se protegido e integro. Abrir o coração e expandir. A falta de prana revela um estado crônico de fadiga e muito cansaço que afeta o funcionamento da mente (protetora, positiva e neutra) e o poder de projeção, de tal modo que a pessoa não tem forças para atrair recursos dos quais necessita sempre tendo a sensação de escassez. É imprescindível atrair a abundancia. A enfermidade ocorre quando o prana não pode fluir livremente através do sistema. É necessário vencer o bloqueio para que o fluxo de energia possa ser restabelecido.
Corpo 9 – Corpo Sutil
O nono passo é desenvolver o corpo sutil que nós permite ver o panorama geral de uma situação, através das aparências. Ter profunda compreensão do porquês dos acontecimentos. Ter informação para entender as situações. Ter acesso aos registros Akáshicos (histórico da vida de um espírito)a todos os acontecimentos que adquiriu nas experiências vividas nesta ou em outras vidas. Se o corpo sutil é desenvolvido o suficiente para entrar nestes registros o mistério da vida será substituído por conhecimento que leva a Maestria com sutileza,serenidade e sabedoria em qualquer situação.
Corpo 10 – Corpo Radiante
O décimo passo é potencializar o corpo radiante que nos da uma Esfera de Luz que se estende por todo o nosso corpo. É dourada, brilhante e impenetrável nenhuma negatividade externa pode penetrá-la porque será neutralizada. Quando este corpo esta desenvolvido a pessoa projeta harmonia e graça ao seu redor . Entende que a abundancia é uma expressão do infinito e que nosso desejo de nascimento é viver majestosamente com prosperidade e felicidade. Esta luz se irradia na própria vida e se irradia para o outro, pois minha luz é sua luz. Com essa luz você é seu próprio guia, aprendeu a a controlar o radicalismo. Tem presença magnética e ganha respeito de todos por sua força e determinação.
Corpo 11 – a Totalidade
O décimo primeiro passo é atingirmos um ponto que soma os 10 corpos e chegamos a integração, ao centro de direção, a completa flexibilidade e adaptação a capacidade de elevação. É a conquista da Fênix. O renascer das cinzas e se elevar a Luz . Ter sabedoria de como é jogar o jogo da vida e contatar qualquer parte do seu Ser. A conquista do equilíbrio e da fluência de seus desejos. E elevar-se a capacidade de cooperador do Universo pelo seu próprio Ser manifestar a existência de Deus.
É ser conhecedor da existência dos portais, se conectar com eles. Como por exemplo o Portão 11:11 mas esta é outra história.....
Viva a vida com simplicidade alegria e gratidão, pois o dia, o mês e ano em que nasceu configura o estagio de sua compreensão.
Artigo publicado no Portal MisteriosAntigos.Com: 01/08/2007
Coluna: NUMEROLOGIA
Autor: Mariane Ambrosio
Tantra significa, literalmente, um instrumento de expansão. A palavra tan é traduzida como “expansão” e tra significa “instrumento”. Com o objetivo de harmonizar as energias da vida e solucionar contradições e conflitos, o Tantra, além de proporcionar o incrível prazer de experimentar a vida como um fluxo intenso de energia, fornece instrumentos para expandir as fronteiras da consciência.
Alguns estudiosos afirmam que as raízes do Tantra então em algum lugar da pré-história das religiões da Índia; hinduismo, budismo.
Trata-se de uma filosofia de comportamento nascida entre os drávidas há 5 mil anos, cuja sociedade e cultura eram matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Aliás, eles passaram para a história como um povo tântrico, que reverenciavam mulheres e deusas.
O Tantra, que nos últimos anos vem se tornando cada vez mais popular no mundo ocidental, é um caminho oriental de desenvolvimento pessoal e ensina que a energia sexual do relacionamento amoroso pode ser usada para transformar a paixão em estados mais elevados de consciência.
Através do Tantra podemos encontrar novas fontes de prazer, aumentando assim o desejo pela vida. Além disso, aprendemos a usar a meditação, a visualização e a fantasia para melhorar a confiança sexual e emocional, o que nos leva a aprofundar significativamente o relacionamento afetivo com o(a) nosso(a) companheiro(a).
Considerando a maravilhosa prática do Tantra, podemos concluir que os drávidas eram muito felizes. Mas, um dia a Índia começou a ser invadida por hordas de sub-bárbaros guerreiros, os áryas ou arianos que, por motivos óbvios, não conseguiram aceitar a supremacia da mulher que freava, de certa forma, sua liberdade e impulsos belicosos. Anti-sensoriais e contra as mulheres, os arianos reprimiam os prazeres, pois achavam que estes os tornariam acomodados.
Resultado, tornaram-se repressores e, quando ocuparam a Índia há 3.500 anos, escravizaram os drávidas e impuseram-lhes a cultura brahmácharya (patriarcal, anti-sensorial e repressora), proibindo-lhes, portanto, exercer a cultura tântrica (matriarcal, sensorial e desrepressora) por ser oposta ao regime vigente.
Quem praticasse o Tantra e reverenciasse a mulher, ou divindades femininas, seria acusado de subversão e traição. Como tal, seria perseguido, preso e torturado até a morte.
Dessa forma, com a sua proibição por razões culturais, raciais e políticas, o Tantra se tornou uma tradição secreta. Continua assim até hoje, pois continuamos vivendo num mundo marcantemente brahmácharya, não apenas na Índia, mas na maior parte das nações. Mencionamos razões raciais porque, ao invadir a Índia, os arianos eram louros, enquanto os drávidas tinham pele escura e cabelos pretos.
O mapa tântrico da energia
A chave para a compreensão do Tantra é entender que temos um corpo físico e um corpo energético. Este último anima e permeia o corpo físico. Assim, o sexo é um encontro de energias, uma reunião dos corpos físico e energético. O Tantra visualiza nossa usina de energia como a serpente Kundalini, que permanece enroscada na base da coluna, à espera de ser despertada e conduzida aos vários centros de energia do corpo, até a coroa, no alto da cabeça.
Mas, você sabe o que é Kundalini?
Kundalini é, digamos, o nervo da alma. É a mais elevada energia do infinito, enroscada e dinâmica na base da espinha humana, onde é feito o contato entre a infinita energia criativa divina e a finita energia sexual física.
Enquanto encarnada em forma física, a grande massa de energia Kundalini presa no chakra da raiz (um dos sete chackras ou centros de força estabelecidos em vários pontos ao longo da coluna espinal, compostos de substância etérea), deve ser liberada para viajar através de sushumna (canal nervoso central que perfura a medula espinal, fluindo para cima da base da espinha para aparentemente terminar na área do Terceiro Olho, chackra das sobrancelhas, que se localiza no centro do cérebro e envolve as glândulas pituitária e pineal, também chamado de olho da alma) para cima, em cheio para o centro do cérebro, o chackra da Coroa.
Estou querendo com esta introdução lembrar-lhes que o tesão da vida também esta sob nossa responsabilidade e que cabe a cada um independente de credo, raça , sexo ou cor buscar meios que promovam o equilíbrio e um ser sozinho é capaz de grandes feitos pois para realizar algo grandioso ou generoso retira “forças do útero” ou “do fundo da alma”. Para isso basta ser requisitado... Então não espere ser chamado comece agora a realizar...
* Pela Numerologia Tântrica, nascemos com 10 corpos espirituais. Esses corpos trazem registros e padrões. O nosso trabalho é apagar os registros negativos e caminhar em direção à consciência.
Com essa consciência podemos nos transformar e nos curar. Este método apresenta o estudo da teia (Tantra) dos Números nos vários corpos que formam nossa essência. O propósito é o de possibilitar o conhecimento dos 10 corpos que devem ser desenvolvidos para atingir o 11º Corpo que representa a Iluminação a totalidade e a perfeição.
Com a Numerologia Tântrica, ficamos capacitados a encarar nossas fragilidades, nossos potenciais e nossa consciência humana e assim atingir a elevação espiritual. Somos uma manifestação Divina e precisamos reconhecer esta capacidade utilizando a partir deste conhecimento o serviço Divino.
O estudo dos 11 passos representa uma elevação espiritual e permite um mergulho pessoal para percepção de nosso estágio.
Corpo 1 – O contato com nossa alma e a humildade
O primeiro passo é relacionar-se com sua alma e irradiar vitalidade interna. Promover autoconhecimento equilibrar cabeça e razão com coração e emoção. Nada muda se não estiver em contato com sua alma pois só assim desenvolve a criatividade e a humildade. Acreditar que é merece ser afortunado por ser um belo ser espiritual porque assim Deus o criou. Ser grato a vida, manter alegria, compaixão e ser feliz sentindo a fluência de sua alma.
Corpo 2 - Desejo de pertencer e ter proteção anular o negativo
O segundo passo é sentir grande satisfação em estabelecer relações com qualidade e profundidade permitindo –se ser aceito, e prazer em pertencer a um grupo. Desenvolver a paciência com mente pioneira e obedecer sua própria voz interior, sem atuar por impulsos movido apenas pelo desejo de agradar. É importante perceber com discernimento os riscos das situações mantendo centrando-se. Não fazer nada que vá contra seus princípios. Canalize seu desejo de pertencer a pessoas de consciência elevada numa conexão de alma para alma, em relacionamentos de amor onde possa se sentir seguro proteger o outro e a si mesmo com equilíbrio.
Corpo 3 – Projeção positiva de igualdade e verdade
O terceiro passo é trabalhar firmemente no desenvolvimento da mente positiva e projetiva. Ver só o positivo das coisas e projetar luz, esperança e humor. Saber elevar a si e ao outro. Sorrir muito transmutando as sombras em luz, eliminando a negatividade. Trabalhar com a verdade, sem ilusão, sem manipulação, usar o equilíbrio.
Corpo 4 – Ser mediador e neutro
O quarto passo é enxergar os acontecimentos da vida com uma atitude neutra, com experiência de aprendizado. Compreender que todo e qualquer acontecimento vem para ensinar-lhe algo, e torná-lo mais sábio. A neutralidade é a capacidade de escutar a mente protetora considerando os riscos, sem ilusão e considerar os aspectos positivos. Atuar com neutralidade é ser sábio escutando a voz do eu Superior e deixar ser guiado. A neutralidade nos torna confiantes e serenos diante dos propósitos dos eventos.
Corpo 5 – Auto-suficiência e equilíbrio do corpo físico
O quinto passo é aprender a relacionar-se com o corpo físico e sua energia. Este corpo tem um propósito e existe por quer ser perfeito e concluir o trabalho que veio realizar. Desenvolver resistência onde à organização da energia é primordial desenvolver conhecimentos por onde entra onde é abastecida e quando usá-la ou dividi-la (quanto mais usa mais aumenta). Compreender que cada parte da vida é sagrada e que somente a harmonia e o equilíbrio podem fortalecer este aspecto. Ensinar aos outros com seu exemplo de dedicação e disciplina. Significa também sacrificar seu tempo para beneficio de outros.
Corpo 6 – Arco de Luz - Poder de projeção, justiça e integridade
Sexto passo desenvolver um escudo de proteção contra a negatividade e desenvolver capacidade de projetar para a vida seus anseios, desejos e concretizá-los. Ter noção do poder de criar sua própria realidade, desenvolver um comportamento justo e manter sua palavra. Ser coerente e constante. Manter a ética , a honestidade consigo mesmo e com os outros. Com este corpo desenvolvido o Ser é forte, firme, pleno e brilhante, capaz de desenvolver qualquer situação através do domínio da oração e da meditação.
Corpo 7 – Aura - elevação, segurança e amor
O sétimo corpo é aceitar e amar a si e aos outros. Expandir a aura como ser sagrado que é. Levar sua presença radiante e brilhante a compreensão, a Luz do amor. A aura é o campo eletromagnético que rodeia o corpo, uma aura forte torna o corpo seguro, permitindo ser carinhoso e compassivo. Esta bem só ou em grupo porque desenvolveu a auto-estima. Sua segurança interior, não permite que as influências externas o afetem. Tem a obrigação de elevar-se e elevar, e inspirar os que o rodeiam.
Corpo 8 – Prânico puro e repleto de energia
O oitavo passo é usar a respiração para conectar a infinita energia criadora (o prana) ,que está a nossa disposição o tempo todo. Nesta etapa é preciso vencer os medos, sentir-se protegido e integro. Abrir o coração e expandir. A falta de prana revela um estado crônico de fadiga e muito cansaço que afeta o funcionamento da mente (protetora, positiva e neutra) e o poder de projeção, de tal modo que a pessoa não tem forças para atrair recursos dos quais necessita sempre tendo a sensação de escassez. É imprescindível atrair a abundancia. A enfermidade ocorre quando o prana não pode fluir livremente através do sistema. É necessário vencer o bloqueio para que o fluxo de energia possa ser restabelecido.
Corpo 9 – Corpo Sutil
O nono passo é desenvolver o corpo sutil que nós permite ver o panorama geral de uma situação, através das aparências. Ter profunda compreensão do porquês dos acontecimentos. Ter informação para entender as situações. Ter acesso aos registros Akáshicos (histórico da vida de um espírito)a todos os acontecimentos que adquiriu nas experiências vividas nesta ou em outras vidas. Se o corpo sutil é desenvolvido o suficiente para entrar nestes registros o mistério da vida será substituído por conhecimento que leva a Maestria com sutileza,serenidade e sabedoria em qualquer situação.
Corpo 10 – Corpo Radiante
O décimo passo é potencializar o corpo radiante que nos da uma Esfera de Luz que se estende por todo o nosso corpo. É dourada, brilhante e impenetrável nenhuma negatividade externa pode penetrá-la porque será neutralizada. Quando este corpo esta desenvolvido a pessoa projeta harmonia e graça ao seu redor . Entende que a abundancia é uma expressão do infinito e que nosso desejo de nascimento é viver majestosamente com prosperidade e felicidade. Esta luz se irradia na própria vida e se irradia para o outro, pois minha luz é sua luz. Com essa luz você é seu próprio guia, aprendeu a a controlar o radicalismo. Tem presença magnética e ganha respeito de todos por sua força e determinação.
Corpo 11 – a Totalidade
O décimo primeiro passo é atingirmos um ponto que soma os 10 corpos e chegamos a integração, ao centro de direção, a completa flexibilidade e adaptação a capacidade de elevação. É a conquista da Fênix. O renascer das cinzas e se elevar a Luz . Ter sabedoria de como é jogar o jogo da vida e contatar qualquer parte do seu Ser. A conquista do equilíbrio e da fluência de seus desejos. E elevar-se a capacidade de cooperador do Universo pelo seu próprio Ser manifestar a existência de Deus.
É ser conhecedor da existência dos portais, se conectar com eles. Como por exemplo o Portão 11:11 mas esta é outra história.....
Viva a vida com simplicidade alegria e gratidão, pois o dia, o mês e ano em que nasceu configura o estagio de sua compreensão.
Artigo publicado no Portal MisteriosAntigos.Com: 01/08/2007
Mithra
"As tribos nômades de cavaleiros que habitavam a Eurásia há 6.000 anos juntavam gado selvagem e o criavam nos pastos naturais. Esses pastores cultuavam um deus-touro, chamado Mitra, símbolo da força, da masculinidade, do poder. A necessidade de pastos novos a cada vez que acabava o antigo fazia deles expansionistas por natureza e, no início da era cristã, eles já tinham se espalhado da Índia, Babilônia a Portugal. Com isso, o culto a Mithra tornou-se muito popular no Império Romano. Para contê-lo, a Igreja adotou sua data sagrada, o dia de Mithra - 25 de dezembro. Estava estabelecido o Natal. Depois, no Concílio de Toledo, em 447, a Igreja publicou a primeira descrição oficial do diabo, a encarnação do mal: um ser imenso e escuro, com chifres na cabeça. Como Mithra."
Esse texto pode insinuar que Mitra seja o próprio demônio, mas não é o caso. Mitra era um deus do bem, criador da luz (por isso mesmo era associado ao Sol), em luta permanente contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado à crença na existência futura absolutamente espiritual e libertada da matéria. Protetor dos justos, agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Ele encarnou-se para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os persas o adoravam por influência dos babilônios, os primeiros astrólogos da antiguidade. Seu nome, de raiz indo-européia, significa: "troca", "contrato" e "amizade" (seria daí que surgiu o costume de trocar presentes?). Era o correspondente iraniano do deus sumério Tamuz.
Os Romanos tinham a "Festa da Saturnália" em honra do deus Saturno. Este festival era celebrado entre 17 e 23 de Dezembro. Nos últimos dois dias trocavam-se presentes em honra de Saturno. Já em 25 de Dezembro acontecia a celebração do nascimento do sol invencível (Natalis Solis Invicti). Posteriormente, à medida que as tradições romanas iam sendo suplantadas pelas tradições orientais importadas, os maiores festejos realizavam-se em honra do deus Mitra, cujo nascimento se comemorava a 25 de Dezembro. O culto de Mitra - que se tornou difundido como o deus da luta e o protetor dos soldados - penetrou em Roma no 1º século AC. A data entrou no calendário civil romano em 274, quando o Imperador Aureliano declarou aquele dia o maior feriado em Roma, comparável ao nosso Carnaval. Os adeptos do mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, onde ficavam fazendo oferendas e preces pela volta da luz e do calor do Sol.
Em 313 d.C. Constantino, imperador de Roma, decretou o Édito de Milão, dando liberdade de culto aos cristãos e trocando, dessa forma, a perseguição pela tolerância tão desejada. Segundo uma lenda, antes da batalha de Mexêncio, ele teve uma visão da cruz contra o sol, e uma mensagem que dizia, "com este sinal vencerás". Constantino era adorador do deus Sol. De certa forma, o que temos hoje é justamente isso: a união de Mitra (Sol) e Jesus (Cruz) no Catolicismo.
E é provavelmente por isso que a Igreja Católica adotou Mitra como "padrinho", já que as missas são celebradas no domingo, dia dedicado ao Sol, e aquele chapeuzinho que os papas, cardeais e bispos usam é chamado de Mitra. As "coincidências" não param por aí:
Mitra também nasceu de uma virgem; Pastores, que assistiram ao evento, foram os primeiros que o adoraram; O líder do culto Mitráico era chamado de Papa e ele governava de um "mithraeum" na Colina Vaticano, em Roma; Uma característica iconográfica proeminente no Mitraismo era uma grande chave, necessária para destrancar os portões celestiais pelo qual se acreditava passar as almas dos defuntos; Os Mitraistas consumiam uma comida sagrada (Myazda) que era composta de pão e vinho; Assim como os cristãos, eles celebraram a morte reconciliada de um salvador que ressuscitou em um domingo; Um grande centro principal da filosofia Mitraica ficava em Tarso - Cidade natal de São Paulo - que agora é Sudeste da Turquia.
O acontecimento mais marcante da história de Mitra foi a luta simbólica contra o touro sagrado (o primeiro ser criado por Ahura Mazda) que ele derrotou e sacrificou em prol da humanidade. Todavia, como nos antigos textos persas o próprio Mitra era o touro, esse gesto adquire o dúplice significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto-sacrifício da divindade a fim de redimir o gênero humano de seus pecados (assim como Jesus):
Esse touro pastava tranquilo num prado. Mitra precipitou-se sobre o animal, tomou pelos chifres e saem ambos em desabalada carreira, até que o animal, esgotado, caiu de joelhos. Por ordem do deus supremo, que enviou o corvo, seu mensageiro, Mitra enterrou a faca no animal. Da sua medula e do seu sangue germinarão todas as plantas úteis aos mortais, de modo especial o trigo e a vinha. Os animais maléficos enviados por Ahriman, o escorpião, a serpente, a formiga etc., tentam prevenir esses felizes efeitos bebendo o sangue derramado e envenenando a fonte do poder gerador. Mas é em vão. A alma do touro, transportada ao céu, continuará a proteger a vida agrícola. Depois vem a seca e o dilúvio. Mitra, em figura de arqueiro, fere um rochedo e dele jorra água. A seca foi vencida. Prende homens e animais numa arca e estes são salvos do dilúvio. No termo de sua carreira, Mitra abandona a terra num carro de fogo conduzido pelo Sol. Após ciclos sucessivos, Mitra deverá reaparecer na terra para sacrificar, mais uma vez, o touro misterioso, cuja gordura, misturada ao suco da planta Haoma, restituirá a vida, a existência imortal, aos fiéis de Mitra. Do céu, então, cairá fogo devorador e consumirá todos os seres maus, homens e demônios, juntamente com o princípio do Mal, Ahriman (bastante figurado, mas em síntese nada diferente da simbologia cristã).
O nome Mithra (Sol) era visto como o “Deus da Luz”. Os vedas o chamavam de Varuna e os persas de Ahura Mazda.
Mithra (Mitra) is an Indo-Iranian god, worshipped at least as early as 1400BC. In Hinduism he is praised as the binomial Mitra-Varuna. A hymn is also dedicated to him alone in the Rig Veda (3.59). He is the Lord of Heavenly Light, protector of truth, and is invoked when a contract or oath is taken.
Mitra was one of the principal gods of the Aryan (Indo-Iranian) tribes even before they parted company and went their ways into India and Iran. In the Rig Veda, Mitra and Varuna are Ashuras (Lords) and always mentioned together, often as the double or twin god Mitra-Varuna. Mitra, in Persia, stood for contract, therefore for fairness, therefore for justice, therefore for honesty, therefore for truth, therefore for light, therefore for the sun.
A FAMA DE EINSTEIN
Como, quando e onde começou
Prof. Renato Las Casas (03/09/99)
(colaboração: Prof. Domingos Sávio de Lima Soares)
O ECLIPSE DE 1919
Uma das observações científicas mais importantes de toda a história da Astronomia foi realizada no Brasil, em Sobral (CE), por astrônomos da Royal Astronomical Society de Londres, durante o eclipse total do Sol de 1919.
Segundo a Teoria Geral da Relatividade, publicada por Einstein em 1915, matéria (massa) "distorce" o espaço e o tempo em suas proximidades. Como uma conseqüência dessa distorção, um feixe de luz, ao passar próximo a uma grande massa, deve ser desviado (mudança em sua direção de propagação) por uma quantidade maior do que previa a Teoria da Gravitação formulada por Isaac Newton no século XVII e até então inquestionável. A luz de uma estrela ao passar próxima ao Sol deveria ser desviada, segundo Einstein, por 1,75 segundos de arco, desvio esse duas vezes maior que o previsto pela teoria de Newton.
Em 1913 Einstein escreve a um astrônomo sobre sua nova teoria
O astrônomo Arthur Eddington, da Universidade de Cambridge, rapidamente reconheceu a importância dessa teoria e o fato dela poder ser verificada durante a totalidade de um eclipse solar, quando podemos ver estrelas que naquele momento se encontram quase atrás do Sol. As posições dessas estrelas, nesse momento, seriam vistas deslocadas pela quantidade prevista por Einstein? O eclipse de 29 de maio de 1919 ofereceria as condições ideais para essa verificação, quando o Sol eclipsado ficaria, visto da Terra, bem próximo a estrelas relativamente brilhantes.
Einstein e Eddington em Cambridge
Duas expedições foram organizadas pela Royal Astronomical Society para a observação desse fenômeno. Uma delas, chefiada pelo astrônomo Andrew Crommelin veio para Sobral (CE), cidade com 2.000 habitantes na época. Uma outra, chefiada pelo próprio Eddington, se dirigiu para a Ilha do Príncipe, localizada na costa atlântica da África, nas proximidades da Guiné Equatorial. Esses eram os sítios apontados pelos cálculos astronômicos como aqueles que apresentariam as melhores condições para a observação do fenômeno.
Local das observações em Sobral
Na Ilha do Príncipe o mau tempo prejudicou o trabalho. Na hora do eclipse o céu estava bastante nublado, fazendo com que apenas duas das várias fotografias efetuadas apresentassem imagens de estrelas. Em Sobral as condições meteorológicas foram muito melhores. Aqui foram obtidas sete boas imagens do fenômeno.
No início de novembro a Royal Astronomical Society anunciou que os resultados obtidos confirmavam a teoria de Einstein.
Fotografia do eclipse de 1919, obtida em Sobral
As linhas verdes marcam as posições das estrelas usadas para a verificação da Teoria Geral da Relatividade
RELATIVIDADE GERAL: Que teoria é essa?
Anteriormente, na elaboração da teoria da Relatividade Restrita, partindo da premissa que a velocidade da luz é sempre a mesma, independentemente do movimento de quem a observa, Einstein chegou à conclusão que massa, tempo e espaço dependem da velocidade do observador. Quanto maior a velocidade de um objeto em relação a nós, por exemplo, maior será sua massa, menor seu comprimento e os ponteiros de um relógio fixo nesse objeto se movem mais lentamente.
A idéia básica da Relatividade Geral, conhecida por "Princípio da Equivalência" é que gravidade, "puxando" um objeto em uma determinada direção é completamente equivalente a uma aceleração desse objeto na direção oposta. (Se estamos em um elevador acelerado para cima, sentiremos nosso "peso" aumentado, como se uma "gravidade extra" estivesse nos puxando para baixo).
Montagem feita com uma fotografia de Einstein, usada para ilustrar a distorção do espaço nas proximidades de uma massa
Se a Relatividade Restrita e o Princípio de Equivalência estão corretos, então gravidade, assim como movimento, afeta intervalos de tempo e de espaço. Quanto maior a gravidade em uma determinada região, maior será esse efeito, resultando em uma distorção do tempo e do espaço nas proximidades de corpos massivos (a gravidade devido a uma massa cresce rapidamente à medida que nos aproximamos dessa massa).
REPERCUSSÃO MUNDIAL
O mundo estava exausto com a Primeira Grande Guerra, carente por sinais da nobreza humana. Eis então que surge um modesto gênio, com interesses aparentemente apenas intelectuais, nos dando uma visão revolucionária do universo.
Após a divulgação dos resultados das observações do eclipse de 1919, Einstein se tornou notícia nos principais jornais do mundo. O London Times, por exemplo, no dia 8 de novembro publicava um grande artigo na primeira página intitulado "Revolução na Ciência: Einstein X Newton". Dois dias depois o New York Times, também em primeira página, publicava: "A Teoria de Einstein triunfa".
Mudou-se significativamente a visão humana acerca do Universo. Rapidamente Einstein se transformou em herói e mito.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
मंत्र Yoga
Mantra yoga is a exact science. 'Mananat Trayate Iti Mantrah---by Manan ( constant thinking or recollection ) of which one is released from the round of births and deaths is Mantra.' Every Mantra has a Rishi who gave it to the world; a Mantra, a Devta, the Bija or a seed which gives it a special power, the Sakti and the Kilakam or the pillar.
A Mantra is divinity. Mantra and its presiding Devta are one. The Mantra itself is Devta. Mantra is divine power, Daivi Sakti, manifesting in a sound body. Constant repetition of the Mantra with the faith, devotion and purity augments the Sakti or power of the aspirant, purifies and awakens the Mantra Chaitanya latent in the Mantra and bestows on the Sadhaka, Mantra Siddhi, illumination, freedom, peace, eternal bliss, immortality.
By constant repetition of the Mantra the Sadhaka imbibes the virtues and powers of the Deity that presides over the Mantra.Repetition of Surya Mantra bestows health, long life, vigour, vitality, Tejas or brilliance. It removes all diseases of the body and the diseases of the eye. No enemy can do any harm. Repetition of Aditya-Hridayam in the early morning is highly beneficial. Lord Rama conquered Ravana through the repetition of Aditya-Hridayam imparted by Agastya Rishi.
Mantras are in the form of praise and appeal to the deities, craving for help and mercy. Some Mantras control and command evil spirits. ' Rhythmical vibrations sounds give rise to forms. Recitation of the mantras gives rise to the formation of the particular figure of the deity.
Repetition of the Sarasvati Mantra'OM Sarasvatyai namah' will bestow on you wisdom and good intelligence.You will get inspiration and compose poems. Repetition of ' OM Sri Mahalakshmyai Namah' will confer on you wealth and remove poverty.Ganesa Mantra will remove any obstacle in any undertaking. Maha Mrityunjaya Mantra will remove accidents, incurable diseases and bestow long life and immortality. It is a Moksha Mantra too. Repetition of Subramanya Mantra ' OM Saravanabhavaya Namah ' will give you success in any undertaking and make you glorious. It will drive off the evil influences and evil spirits. Repetition of Shri Hanuman Mantra, ' OM Hanumate Namah' will bestow victory and strength. Repetition of Panchadasakshara and Shodasakshara ( Sri Vidya ) will give you wealth, power, freedom etc..It will give you whatever you want. You must learn this Vidya from a Guru alone.
Repetition of Gayatri or Pranava or OM Namassivaya, OM Namo Narayana, OM Namo Bhagavate Vasudevaya, one and a quarter lakh of times with Bhava, faith and devotion will confer on you Mantra Siddhi. OM, Soham, Sivoham, Aham Brahmasmi are Moksha Mantras. They will help you to attain self -realization. OM Sri Ramaya Namah, OM Namoh Bhagavate Vasudevaya are Saguna Mantras which will unable you to attain Saguna realization first and then Nirguna realization in the end.
Mantra for curing scorpion-stings and cobra-bites should be repeated on eclipse days for getting Mantra Siddhi quickly.You should stand in the water and repeat the Mantra. This is more powerful and effective. They can be recited on ordinary days also for attaining Mantra Siddhi.
Mantra Siddhi for curing scorpion-stings, cobra-bites etc., can be attained within 40 days. Repeat the mantra with faith and devotion regularly. Have a sitting in the early morning after taking bath. Observe Brahmacharya and live on milk and fruits for 40 days. Or take restricted diet. Chronic diseases can be cured by Mantras. Chanting of Mantras generates potent spiritual waves or divine vibrations. They penetrate the physical and astral bodies of the patients and remove the root causes of the sufferings. They fill the cells with pure Sattva or divine energy. They destroy the microbes and vivify the cells and tissues. They are the best and most potent antiseptics and germicides. They are more potent than ultra-violet or Roentgen rays.
Mantra Siddhi should not be misused for the destruction of others. Those who misuse the Mantra power for destroying others are themselves destroyed in the end.
Those who utilize the Mantra power in curing snake-bites, scorpion-stings and chronic diseases should not accept any kind of presents or money. They must be absolutely unselfish. They should not accept even fruits or clothes. They will loose the power if they utilize the power for selfish purposes. If they are unselfish, if they serve the humanity with Sarvatma Bhava, their power will increase through the grace of the lord.
He who has attained Mantra Siddhi, can cure any chronic diseases by mere touch on the affected part. When a man is bitten by a cobra a telegram is sent to Mantra Siddhi. The Mantra Siddha recites the Mantra and the man who is bitten by a cobra is cured. Does this not prove the tremendous power of Mantra ?
Get the Mantra initiation from your Guru. Or pray to your Ishta Devata and start doing Japa of the particular Mantra, if you find it difficult to get a Guru
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