Quem sou eu


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Por volta de sete mil anos a.C., o chamado periodo de Pré-Védico, a civilização do Vale do Indo estava em pleno desenvolvimento, com cidades de até 20.000 habitantes, baseadas na agricultura, no artesanato e com um comércio bem desenvolvido.
Por volta de 2000 a.C., os arianos começaram a invadir a Índia através das montanhas do noroeste, forçando os drávidas a recuar para o sul. Os drávidas mantinham uma sociedade organizada, centralizada e conservadora, sustentada pela riqueza do comércio, da pesca e da agricultura, sendo muito hábeis na irrigação.


No campo espiritual, enfatizam a crença no renascimento e no processo de causa e efeito de nossas ações. A libertação seria fruto da renúncia às coisas mundanas e da prática de austeridades e meditação. Os drávidas desenvolveram formas primitivas de yoga e meditação, que mais tarde seriam herdadas pela religião hindu. Já os arianos não acreditavam no renascimento ou na retribuição moral das ações. Eles enfatizavam a prática de rituais e sacrifícios como um meio de conseguir riqueza, poder e fama. Sua meta não era a libertação espiritual, mas sim chegar ao paraíso — isto é, versão melhora da vida terrena.
A partir do encontro da religiosidade ariana com a pré-ariana, surgiu o hinduísmo.

É importante também observar que o próprio conceito de ariano não era, até antes do sec. XIX, associado a nenhuma etnia. O o termo árya, nobre, referia-se a uma cultura e base idiomática comum de povos, associada ao sânscrito, sem ter qualquer conotação étnica ou racial. Essa distorção, criando o conceito dos drávidas de pele escura em oposição aos arianos de pele clara, surgiu na Europa junto com os movimentos filosóficos que deflagaram posteriormente o separatismo étnico.





OS VEDAS

A palavra “Vedas” vem do sânscrito e tem como raiz “Vid” que pode ser traduzida como “conhecimento”. Assim, os Vedas são os quatro textos em sânscrito que formam a base do sistema de escrituras sagradas do hinduísmo: Rig-Veda: dedicado aos rituais e ao louvor às divindades; Yajur-Veda: dedicado as fórmulas sacrificiais (yajus, yajna); Sama-Veda: dedicado aos cânticos usados nos rituais do fogo e aos mantras; Arthava- Veda: todo dedicado às fórmulas mágicas e aos mantras.





Segundo ensina o hinduísmo, os Vedas contêm as verdades eternas reveladas pelos deuses e a ordem (dharma) que rege os seres e as coisas, organizando-os em castas. Cada casta possui seus próprios direitos e deveres espirituais e sociais. A posição do homem em determinada casta é definida pelo seu karma (conjunto de suas ações em vidas anteriores). A casta à qual pertence um indivíduo indica o seu status espiritual. O objetivo é superar o ciclo de reencarnações (samsara), atingindo assim, o nirvana, a sabedoria resultante do conhecimento de si mesmo e de todo o Universo. O caminho para o nirvana, segundo ensina o hinduísmo, passa pelo ascetismo (doutrina que desvaloriza os aspectos corpóreos e sensíveis do homem), pelas práticas religiosas, pelas orações e pela yoga. Assim a pessoa alcança a “salvação”, escapando dos ciclos da reencarnação.