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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A LENDA DO BÚFALO BRANCO







A "lenda" do Búfalo Branco é muito sagrada para os Nativos Americanos. A Nação Lakota (Sioux) contou a história original, que agora já tem aproximadamente 2000 anos, em muitas reuniões de conselhos, cerimônias sagradas e através dos contadores de histórias das tribos. Existem algumas variações, mas todas são importantes e tem o mesmo final: tem comunicação com o Criador através da oração, com claras intenções de Paz, Harmonia e Equilíbrio para todos os seres viventes e para a Mãe Terra.
A lenda conta como o Povo havia perdido a capacidade de se comunicar com o Criador. O Criador enviou a Mulher Sagrada Bezerra de Búfalo Branco para ensinar ao Povo como rezar com o Cachimbo. Com aquele Cachimbo, sete cerimônias sagradas foram dadas ao Povo para assegurar um futuro com harmonia, paz e equilíbrio.
lenda conta que há muito tempo, dois homens jovens estavam caçando, quando apareceu uma linda donzela vestida com couro de gamo branco. Um dos caçadores olhou para ela e, reconhecendo-a como wakan ou ser sagrado, baixou seus olhos. O segundo caçador aproximou-se dela com desejo em seus olhos, querendo-a como mulher. À medida que ele se aproximava, foi surgindo uma nuvem de poeira ao redor dele e quando a poeira assentou, tudo o que restou foi uma pilha de ossos.

Enquanto andava em direção ao caçador silencioso, ela lhe explicou que ela meramente havia satisfeito o desejo do outro homem, permitindo a ele, naquele breve momento, viver uma vida, morrer e se decompor. Ela também instruiu o jovem caçador a voltar para o Povo e lhes dizer para se prepararem para a sua chegada para ensinar-lhes a maneira de orar. O caçador obedeceu. Quando ela chegou com o Cachimbo das Orações, ela ensinou ao Povo os sete caminhos sagrados para orar. Estas orações seriam através de cerimônias: a casa do Trabalho (Suor), para Purificação; a cerimônia de Nomeação ou dar nome às crianças; a cerimônia de Cura, para restaurar a saúde do corpo, mente e espírito; a cerimônia de Adoção ou reconhecendo os parentes; a cerimônia de casamento, unindo macho e fêmea; a Busca da Visão, comunicando-se com o Criador, para rumos e respostas para a própria vida e a Dança do Sol, para rezar pelo bem-estar de todo o Povo.



Quando o ensinamento dos caminhos sagrados estava completo, a Mulher Sagrada Bezerra de Búfalo Branco disse ao Povo que retornaria pelo Cachimbo Sagrado que ela deixou com eles. Antes de partir, ela lhes disse que nela estavam quatro eras e que ela olharia pelos Povos em cada era, retornando no final da quarta era, para restaurar a harmonia e a espiritualidade para a terra com problemas. Ela caminhou uma pequena distância, olhou para trás, para o povo e se sentou. Quando ela se levantou eles se surpreenderam, pois ela havia se tornado um búfalo negro. Caminhando uma pequena distância, o búfalo se deitou e aí se levantou como um búfalo amarelo. Na terceira vez, o búfalo caminhou mais um pouco, desta vez se levantando como um búfalo vermelho. Andando mais um pouco, ele rolou no chão e se levantou pela última vez como um bezerro de búfalo branco, assinalando o cumprimento da Profecia do Bezerro de Búfalo Branco. A mudança das quatro cores desse búfalo representa as quatro cores do homem, preto, amarelo, vermelho e branco. Representam também as quatro direções: norte, leste, sul, oeste. O Cachimbo Sagrado que foi deixado que foi deixado ao povo Lakota, ainda está com esse povo, num local sagrado Na Reserva Indígena de Rio Cheyenne, em Dakota do Sul. É atualmente guardado pelo cacique Arvol Looking Horse, conhecido como o Guardião do Cachimbo do Búfalo Branco. A mulher também profetizou que um dia ela voltaria para purificar o mundo e que o nascimento de um bezerro de búfalo branco seria um sinal de que o retorno estaria próximo.



pouco mais de uma dezena de búfalos brancos nasceram no século XX e eles passaram pelas quatro cores descritas na profecia. O último nasceu (“Sunrise Spirit” – Espírito do Sol Nascente) no dia 22 de maio de 2004.



Esta “lenda” permanece sempre prometedora nesta era de iluminação espiritual e despertar da consciência. No mundo de hoje, de confusão e guerra, muitos de nós estamos procurando sinais de paz.

“Com o retorno do Búfalo Branco, há um sinal de que as orações estão sendo ouvidas, que o Cachimbo da Paz está sendo honrado e que as promessas da profecia estão sendo cumpridas. O Búfalo Branco assinala um tempo de abundância e plenitude” (Sams and Carson, Medicine cards).

O retorno do Búfalo Branco é mais um sinal do mundo do espírito, pronto e esperando para nos auxiliar a caminhar em nosso mundo, com sabedoria, conhecimento paz e amor. É um presente para todos os povos. Nós somos todos irmãos e irmãs em muitas formas, vivendo na mesma Mãe Terra. É tempo de respeitar e honrar cada indivíduo, da mesma maneira que nós gostaríamos de ser respeitados.



“De Wakan-Tanga, o grande Mistério, vem todo o poder. É de Wakan-Tanga que o homem santo tem sabedoria e poder para curar e para fazer amuletos santos. O homem sabe que todas as plantas que curam são dadas por Wakan-Tanga. Também assim é com o Búfalo Sagrado, pois ele é um presente de Wakan-Tanga”.
Flat-Iron (Maza Blaska) OglalaSioux

Palavras do Cacique Crazy Horse enquanto ele fumava o Cachimbo da Paz pela última vez:
“Mesmo com sofrimentos além dos sofrimentos, a Nação Vermelha se elevará e será uma benção para um mundo doente. Um mundo cheio de promessas quebradas, egoísmo e separações. Um mundo ansiando novamente por luz. Eu vejo um tempo de Sete gerações quando todas as cores da humanidade se reunirão sob a Árvore Sagrada da Vida e toda a Terra tornar-se-á um círculo novamente. Nesse dia, haverá aqueles entre os Lakota que terão conhecimento e compreensão da unidade entre todas as coisas vivas e as crianças brancas virão para estes do meu povo e pedirão por essa sabedoria. Eu saúdo a luz em seus olhos, onde habita todo o Universo. Pois quando você estiver naquele centro, dentro de você mesmo e eu estiver nesse centro dentro de mim, nós seremos UM”.


Eu sou pobre e estou nu, mas sou o chefe de uma nação. Nós não desejamos riqueza, mas desejamos educar nossos filhos para o que é certo. A riqueza não nos traria nenhum bem, pois ela não pode ser levada conosco para o outro mundo. Nós não queremos riqueza. Queremos amor e paz”.
Cacique Sioux Red Cloud (Makhipiya-Luta)