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sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Thot




Os egípcios chamaram Thot a esta entidade iniciadora, que transmitiu os ensinos eternos a seus hierofantes, alquimistas, matemáticos e construtores que, com o auxílio de complexos rituais cosmogônicos, empreenderam a aventura de atravessar as águas que conduzem à pátria dos imortais.
Autores Herméticos relacionaram Hermes com Enoch e Elias, que seriam, para os hebreus, a encarnação humana desta entidade supra-humana que identificam com Rafael, o arcanjo, também guia, sanador e revelador. Esta tradição judaica, que se considerou sempre como integrante da Tradição Hermética, conviveu com a egípcia antes e durante a cativeiro (Moisés é fruto desta convivência) e em tempos dos reis David e Salomão durante a construção do Templo de Jerusalém; faz ao redor de três mil anos, estes pensamentos se consolidaram numa arquitetura revelada que permitiu, uma vez mais, a criação de um espaço vazio ou arca interior capaz de albergar em seu seio a divindade.
No século VI antes de Cristo, que é o mesmo século da destruição do Templo de Jerusalém, e contemporânea de Lao Tsé na China, de Buddha Gautama na Índia e do profeta Daniel na Babilônia, nasce a escola de Pitágoras que, também herdeira dos antigos mistérios revelados por Hermes, alumiará posteriormente à cultura grega, tanto aos pré-socráticos como a Sócrates e Platão. Este pensamento hermético exerceu sua influência notavelmente na cultura romana, nos primeiros cristãos e gnósticos alexandrinos, nos cavaleiros, construtores e alquimistas da Europa medieval e nos filósofos e artistas renascentistas, nutrindo-se ao mesmo tempo dos conhecimentos cabalísticos e do esoterismo islâmico.